O governo moçambicano reitera estar a trabalhar para pôr fim à greve dos médicos, iniciada a 10 de Julho último e com término agendado para 21 de Agosto corrente. A Associação Médica de Moçambique (AMM) decidiu, por unanimidade, prorrogar a greve, que já está na terceira fase, devido à alegada existência de um documento enviado à classe, dando conta da revisão do regulamento do estatuto dos médicos que “visa reduzir e eliminar os seus direitos”.
Outro facto está relacionado com as alegadas irregularidades no enquadramento dos profissionais na nova Tabela Salarial Única (TSU) aprovada pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano. Segundo a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), Verónica Macamo, o governo está ciente dos problemas levantados pela classe e reitera que estão em curso mecanismos com vista a resolver a situação.
“Estamos a trabalhar com os médicos. O nosso desejo é que se continue a trabalhar para se chegar a bom porto. Quando há alguns problemas, o mais importante é encontrarmos soluções”, disse Macamo, na quarta-feira (10,) em Maputo, durante a submissão da candidatura dos cabeças-de-lista do partido Frelimo à Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Recentemente, o Ministério da Saúde (MISAU) informou que já havia entregue, à AMM, um ofício sobre a resolução de, pelo menos, quatro pontos de um total de cinco reivindicados.
No documento, o Ministério afirma ter resolvido os problemas de redução e falta de pagamento de salários, enquadramento sem observar o tempo de serviço e enquadramento inferior ao acordado, estes dois últimos pontos que constam ainda das queixas apresentadas pelos médicos.
Segundo o MISAU, o pagamento das horas extraordinárias em atraso, até 2020, é a última reivindicação ainda por resolver, sendo que já foram cumpridas em 73 por cento as reivindicações dos grevistas, tendo sido pagos até então 5.022 profissionais de saúde de um total de 7.862. O governo anunciou, recentemente, que está a equacionar contratar pelo menos 60 médicos para colmatar o défice desses profissionais no sector da saúde.
O facto foi avançado pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suazi, num briefing à imprensa, no fim da 27ª sessão ordinária daquele órgão de soberania. Segundo o governante, os médicos a serem contratados estão devidamente preparados e inscritos na Ordem dos Médicos de Moçambique (OMM). (AIM)