Pelo menos 387 pessoas morreram no primeiro semestre do ano em curso, em Moçambique, vítimas de acidentes de viação, uma redução de 11 por cento se comparado ao período homólogo de 2022. O mais alto índice situa-se na província de Inhambane com 63 mortes, mais cinco casos que em 2022, havendo o incremento na ordem de 15 por cento. Por outro lado, o registo mais baixo é o da província do Niassa, com os mesmos seis casos de 2022. A informação consta do Balanço da Sinistralidade nos Transportes do I Semestre de 2023, na posse da AIM.
O documento, da autoria do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), revela que a maior parte destes sinistros ocorrem no primeiro, último dia da semana laboral e nos fins-de-semana.
“Os atropelamentos continuam a ser o tipo de acidente de viação com mais vítimas, com cerca de 49 por cento do total dos óbitos. As sextas-feiras, sábados, domingos e segundas-feiras afiguram-se como os dias da semana em que se registam mais acidentes de viação com óbitos, sendo que a maioria ocorre no período entre as 15:00 e 21:00 horas”, explica.
No período em alusão, registaram-se 357 acidentes de viação contra os 494 do ano de 2022, uma ligeira redução de casos em 28 por cento.
O número de feridos graves vítimas de sinistros rodoviários também reduziu em 33 por cento, de 439 para os actuais 295, cenário idêntico registou-se nos feridos ligeiros, que passaram de 534 para 412, queda de 23 por cento. Os danos materiais avultados também baixaram em 13 por cento, saindo dos anteriores 288 para 255 casos.
“Estes indicadores são fruto de acções de mitigação em curso, com destaque para o controlo de condução sob efeito do álcool, controlo de velocidade, fiscalização do estado técnico de viaturas, campanhas de sensibilização para o uso de capacetes pelos ciclistas e motociclistas, palestras sobre segurança rodoviária nas escolas, mercados, igrejas, entre outras acções”, diz o documento.
O balanço aponta a província de Maputo como sendo a que regista maior redução de acidentes e mortes (57 por cento e 60 por cento, respectivamente), seguida pela Zambézia, com uma redução em 43 por cento do número de óbitos. Em sentido contrário, estão as províncias de Tete, Cabo Delgado, Manica, Nampula e Inhambane com aumentos no número de mortes (138, 36, 26, 23 e 14 por cento, respectivamente).
O documento refere ainda que “as províncias de Nampula, Zambézia e Cabo Delgado tem um potencial de aumento de casos, devido à rápida expansão de motorizadas e motociclistas, havendo necessidade de intensificação das actividades de mitigação em curso, sobre o uso de capacetes e formação dos ciclistas e motociclistas”.
Nos últimos sete anos (2015-2021), o país registou cerca de 10.970 acidentes de viação, que resultaram em 8.172 mortes, 8.459 feridos graves e 11.802 feridos ligeiros, totalizando 28.433 vítimas humanas. Os atropelamentos continuam a ser o tipo de acidente de viação com mais vítimas, cerca de 49 por cento do total dos óbitos.
Refira-se que estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o índice de mortalidade rodoviária em Moçambique é de 30,1 contra 26,6/100.000 habitantes da África Sub-sahariana, sendo que 73 por cento das mortes no trânsito rodoviário afectam a população economicamente activa e 60 por cento das mortes e ferimentos na estrada por ano afectam peões e ciclistas. O custo económico é estimado em cerca de 10 por cento do PIB. (AIM)