A Associação Médica de Moçambique (AMM) convocou para este sábado uma marcha nas artérias da cidade de Maputo pela melhoria das condições para o diagnóstico e tratamento dos pacientes.
Na informação enviada à “Carta”, os médicos dizem que a manifestação foi convocada pela gravidade da situação que a classe tem vivido nos últimos dias. A AMM também pretende levar a cabo um trabalho de avaliação do desempenho dos sucessivos governos no sector da saúde desde a independência de Moçambique.
A avaliação visa apurar qual foi o pior Governo que geriu este sector no País e dar espaço para a devida investigação sobre os motivos que levaram a tal conduta destrutiva para a sua responsabilização.
“Moçambique assumiu vários compromissos regionais e internacionais relativamente à promoção e protecção da saúde, com a consequente valorização dos médicos e desenvolvimento do sector da saúde. No entanto, a forma dolosa e negligente como está a destruir o Serviço Nacional de Saúde e a marginalizar a classe médica dá espaço à AMM para interpelar as instituições relevantes no sector da saúde a nível da União Africana e das Nações Unidas, incluindo os respectivos sistemas de direitos humanos, bem como os parceiros internacionais de Moçambique na área da saúde, para intervirem no caso em apreço e chamar o Governo de Moçambique à consciência”.
Entretanto, a classe reitera que a greve em vigor foi organizada e convocada de boa-fé, em que várias entidades e segmentos sociais expressaram as suas posições e opiniões em defesa da sua legalidade e legitimidade e as circunstâncias em que está a ser levada a cabo.
“Ademais, o facto de se tratar do exercício de direito fundamental dentro dos limites constitucionais constitui de per si justificação das ausências ao posto de trabalho pelos médicos”.
Para os médicos, o Governo, de forma irresponsável, não tem cumprido os acordos alcançados na mesa de negociações no contexto das reivindicações apresentadas e que servem de base para a greve que já se prolonga por muito tempo, na qual o Executivo arrisca demasiado em alimentar uma situação de prestação de serviços mínimos de saúde ao povo que jurou governar. (Marta Afonso)