O Instituto Nacional de Saúde (INS) compromete-se, a partir do presente ano, a apresentar o relatório sobre as causas de morte em Moçambique para orientar as decisões das autoridades de saúde. A medida também visa priorizar a alocação dos recursos com base em evidência científica.
A informação foi partilhada esta segunda-feira (19), pelo Director-Geral do INS, Eduardo Samo Gudo, durante a abertura da conferência internacional de peritos sobre o uso de plataformas para vigilância em saúde realizada em Maputo em colaboração com a Fundação Bill e Melinda Gates.
Segundo Samo Gudo, esta decisão surge ainda como forma de responder de forma eficaz e eficiente aos principais desafios e emergências de saúde pública na ausência de sistemas de vigilância sanitária que permitam a recolha de dados representativos, de qualidade, completos, oportunos e integrados.
Para este dirigente, os desafios globais e locais de saúde pública têm vindo a revelar de forma cada vez mais clara a importância, necessidade e urgência do estabelecimento de sistemas de vigilância inovadores, robustos, integrados e multidisciplinares, procurando captar não só informação sobre doenças, mas também eventos vitais e os seus determinantes de saúde.
Estes sistemas irão permitir a geração de evidência científica para auxiliar e orientar o processo de tomada de decisão em Saúde Pública, bem como para o processo de planificação em Saúde e formulação de políticas de saúde apropriadas.
Por exemplo, as mais recentes emergências de saúde pública ao nível internacional e local, nomeadamente, a Zika em 2016, a COVID-19 desde 2020, a Varíola dos Macacos em 2022, a crise climática, a recente re-emergência do poliovírus selvagem e recrudescimento da Cólera, entre outras, demonstraram a importância do fortalecimento destes sistemas de vigilância ao nível global e local.
Por esta razão, a conferência vai permitir ainda a partilha de experiências entre os participantes de diferentes países a nível global sobre a Expansão e Adaptação de Sistemas de Vigilância de Saúde Pública, tendo como foco o fortalecimento dos sistemas de registo de eventos vitais e de causas de morte. (Marta Afonso)