Os utilizadores da TMT na cidade e província de Maputo queixam-se de falhas no sinal, demora no restabelecimento do sinal após o recarregamento e corte de alguns canais nacionais, restando-lhes assistir apenas à Televisão de Moçambique (TVM) de forma grátis. Os utentes alegam ainda que o sinal da TMT não é robusto visto que este tem estado a cair e a qualidade do mesmo não agrada quem usa estes serviços.
De acordo com os utilizadores, estes problemas começaram a surgir à medida que os serviços foram sendo bastante divulgados.
Reagindo às reclamações, o Presidente do Conselho de Administração (PCA), António Barros, e o Administrador para Área Técnica, Hermenegildo Mula, começaram por explicar à ″Carta″ que a TMT tem 60 emissores espalhados pelo país que garantem a cobertura nacional, mas cada um tem um determinado alcance. A título de exemplo, os dois gestores disseram que a cidade de Maputo tem um emissor, enquanto Maputo-província tem três emissores instalados na vila da Namaacha, na Ponta D’Ouro e em Magude, com objectivo de garantir a captação do sinal pelos usuários.
Com isto, o que acontece é que aquele que se encontra próximo da antena da TMT vai ter o sinal muito forte e os que estão nas proximidades também vão apanhar normalmente, mas à medida que o usuário se afasta daquele ponto de localização do emissor, a força do sinal vai baixando progressivamente, podendo ser um pouco mais fraquinho.
No entanto, para que todos os usuários pudessem receber o sinal conforme os parâmetros definidos, deviam usar a antena da TMT que está dimensionada para este sistema. “O que tem acontecido e que nós temos notado que os clientes que mais reclamam da falha do sinal direccionam a antena de forma errada e quando tal situação acontece nós aconselhamos os clientes a aproximar ao revendedor ou a ligar para linha do cliente 840970000 para receber melhores instruções. A instalação da antena de forma adequada desempenha um papel importante para a recepção do sinal com qualidade”, explicou Mula.
Em relação às queixas sobre o carregamento e demora na reposição do sinal, as fontes contaram que neste aspecto não há uma intervenção humana na gestão deste tipo de recargas porque é tudo electrónico, o programa foi feito desta forma, cada cliente tem uma identidade e está identificado no sistema com o seu decoder.
“O que pode ter acontecido e que pode ser normal é que no momento em que o cliente recarregou pode ter tido uma oscilação ou uma falha de sistema e a recarga levou um tempinho para dar o sinal, aliás, este sistema depois de um tempo costuma fazer um autorefresh, uma espécie de “restart” automático para refrescar a memória à medida que ele recebe dados”.
No que toca à questão da perda de alguns canais nacionais, Mula explicou que neste aspecto aconteceu algo que inclusive eles não sabiam que pudesse acontecer.
“Quando este sistema nasceu, foi dito que devia ser grátis para todos os canais nacionais e nós ficamos satisfeitos com isso, o que ajudaria vários clientes a comprar o descodificador e migrar para o digital, mas, nos últimos meses, principalmente quando se trocou a versão dos descodificadores que usavam cartões, o que está a acontecer é que o sistema da TMT está a fazer um rastreamento de todos os subscritores e desse rastreamento foi rejeitando alguns canais mas não cortou todos, deixou a TVM″.
O que acontece, disse o Administrador Técnico, é que quando os usuários, sobretudo os que usam os decoders antigos, não recarregam e que já usam os serviços durante um bom tempo, o sistema congela pensando que já não estão no activo.
“Quando descobrimos este problema fomos dizendo aos subscritores que o descodificador não é recarregado há mais de um ano, por esta razão isto corta canais nacionais e deixa só a TVM. Neste sentido, nós estamos num processo para perceber se isto só acontece naquela versão antiga de descodificador ou vai acontecer também com os mais recentes porque até agora estamos a receber queixas só dos clientes mais antigos”.
Mula detalhou que o que está a acontecer é que, desde que compraram o descodificador, alguns usuários da TMT nunca recarregaram, ou seja, neste momento, o sistema está a exigir uma prova de vida para os clientes mais antigos e esta prova é feita mediante o recarregamento do seu decoder.
“Este carregamento deve ser feito mesmo que seja uma vez por ano para dar sinal ao sistema de que este cliente continua a ser usuário deste serviço e uma das formas do sistema exigir isso é cortando os outros canais nacionais deixando apenas a TVM, visto que um número conservado na base de dados do sistema tem os seus custos. Assim sendo, o cliente deve dar esse sinal de vida, fazendo o carregamento mesmo que seja uma vez por ano e poderá usufruir de todos os canais nacionais de forma grátis o resto do ano e fazer manutenção do seu espaço”. (Marta Afonso)