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quinta-feira, 26 janeiro 2023 08:36

Cimeira Rússia-África agendada para Julho em São Petersburgo

russia africa min

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo anunciou esta quarta-feira (25), em Luanda, que o seu país vai acolher, no fim de Julho próximo, a cimeira Rússia-África. Ao intervir na sede do Ministério das Relações Exteriores, no fim das conversações entre as delegações dos dois    países, Sergei Lavrov anunciou que a cimeira Rússia-África vai decorrer em São Petersburgo, destacando que a Rússia vai "continuar a apoiar" nas Nações Unidas as posições defendidas pelos próprios africanos no sentido de se encontrar soluções aos conflitos.

 

Na sua intervenção, o chefe da diplomacia russa sublinhou igualmente que a Rússia "apoia os esforços da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral no sentido da pacificação de África.

 

Lavrov assinalou: “as boas relações entre Rússia e Angola não estão sujeitas a peripécias geopolíticas e baseiam-se no espírito de solidariedade e apoio mútuo. O povo angolano sabe bem qual é o preço da independência, qual o preço do livre exercício dos direitos tradicionais dos direitos de cada angolano”, disse o chefe da diplomacia russa, que responsabilizou a Ucrânia pelo conflito.

 

Angola e Rússia aproveitaram o encontro para reforçar a cooperação bilateral nos sectores Técnico-militar, Assistência Humanitária, Energia atómica, Telecomunicações, Educação, Diamantífero, entre outros.

 

Por seu turno, o ministro das Relações Exteriores angolano pediu esta quarta-feira ao seu homólogo russo um cessar-fogo com a Ucrânia, enquanto Lavrov lembrou a solidariedade de Moscovo a Angola durante a guerra civil e culpou a Ucrânia pelo conflito.

 

Téte António reafirmou o compromisso no fortalecimento e aperfeiçoamento dos laços de amizade e cooperação que unem os dois países, mas falou da ameaça que o conflito russo-ucraniano representa para a paz mundial e insistiu na procura de uma solução através do diálogo.

 

“Teremos ainda oportunidade de continuar a abordar essa questão, tendo em conta a sua experiência e estaremos muito atentos a escutar a sua análise sobre este diferendo”, disse Téte António a Serguei Lavrov, encorajando as autoridades russas a “dar uma chance para o resgate do estatuto e do prestígio do país, estabelecendo, como defendeu o Presidente angolano, um cessar-fogo definitivo que possa restabelecer um clima de paz mundial”.

 

A Rússia foi um dos principais apoiantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) na guerra civil angolana.

 

Enquanto discursava o ministro russo, os jornalistas que acompanhavam o encontro foram informados que teriam de abandonar a sala, uma situação que fez com que Lavrov questionasse a retirada da imprensa.

 

Segundo funcionários do Ministério angolano das Relações Exteriores, Téte António terá indicado que os jornalistas se poderiam manter na sala, mas o “staff” da embaixada russa contrariou a orientação, pelo que todos os profissionais de comunicação acabaram mesmo por abandonar a sala onde decorreu o encontro bilateral, que culminou com uma conferência de imprensa. (Carta)

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