Há cada vez mais pessoas a regressar às suas zonas de origem, onde tinham sido obrigadas a abandonar devido às acções terroristas, que assolaram em grande parte os distritos do norte e centro de Cabo Delgado, actualmente com a situação da segurança melhorada.
Falando recentemente na cidade de Pemba, o Secretário do Estado em Cabo Delgado, António Supeia, informou que 361 mil pessoas já regressaram de forma voluntária às zonas de origem. Supeia destacou que Palma, Mocímboa da Praia, Muidumbe e Quissanga, são os distritos que registaram maior número de regressados. Naqueles distritos, a população está a beneficiar de uma assistência de 2.000 trabalhadores, dentre funcionários e agentes do Estado.
Ele reconheceu que, apesar do regresso, as pessoas ainda se ressentem da falta de serviços básicos, uma vez que o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado ainda não está a ser executado, devido a várias razões. Contudo, não deixou de destacar o envolvimento de algumas organizações não-governamentais, no que concerne à recuperação dos distritos severamente afectados pelos ataques terroristas.
Entretanto, a Organização Não-Governamental Médicos Sem Fronteiras, em comunicado à imprensa, revela que, no distrito de Mocímboa da Praia, pelo menos 72 mil pessoas já regressaram às zonas de origem, mas diz que a situação das famílias é precária no que diz respeito ao acesso à alimentação, água potável, saneamento e serviços de saúde. Os doentes com necessidades especiais, como crianças e mulheres grávidas, por exemplo, são transferidos para a vila de Mueda, que dista 100 quilómetros de Mocímboa da Praia. (Carta)