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quinta-feira, 22 dezembro 2022 08:16

Frelimo nega que irá pagar 13º salário aos seus funcionários, mas…

Uma folha salarial referente ao mês de Dezembro emitida pelo Departamento de Administração da Frelimo, indicando que os funcionários do partido no poder serão pagos, na totalidade, o 13º salário, deixou chocada a sociedade moçambicana, por entender ser imoral o pagamento daquele salário naquela formação política, num ano em que os Funcionários e Agentes do Estado (geridos pela própria Frelimo) não terão o mesmo privilégio.

 

A referida folha salarial, interceptada pela “Carta”, é referente ao Comité Provincial da Zambézia, que tem o seu Primeiro-Secretário Provincial, Paulino Lenço, à cabeça. A mesma indica que a Frelimo gasta, mensalmente, mais de 2.8 milhões de Meticais em salários para os seus quadros da província da Zambézia (incluindo os dos Comités Distritais).

 

Perante o coro generalizado de indignação social, o partido Frelimo, a nível do Comité Provincial da Zambézia, viu-se obrigado a emitir um comunicado de imprensa, a reagir à circulação daquela folha salarial, alegando distanciar-se da mesma por ser falsa.

 

Segundo a Frelimo, o documento visa manchar o partido e o seu líder, Filipe Jacinto Nyusi. Explica que a folha salarial em causa apresenta nomes de pessoas que já se desvincularam da instituição e outras que já perderam a vida.

 

Uma fuga com seringa no rabo

 

No entanto, a referida folha salarial apresenta carimbo oficial do partido e assinatura de um gestor de recursos humanos da Frelimo. Aliás, na sua reacção, a Frelimo não nega que irá pagar o 13º vencimento, aos seus funcionários, mas apenas a autenticidade do documento.

 

Porém, uma fonte do partido confirmou à “Carta” a veracidade do documento, mas sublinhou que a sua circulação nas redes sociais criou um “mal-estar” no seio do partido, facto que ditou a emissão do comunicado de distanciamento.

 

Sublinhe-se que a notícia da incapacidade do Governo em pagar o 13º salário aos Funcionários e Agentes do Estado foi aplaudida pelos deputados da bancada parlamentar da Frelimo, num sinal claro de insensibilidade com a já débil situação económica das famílias moçambicanas.

 

Refira-se que o pagamento do 13º salário na Administração Pública sempre esteve dependente da disponibilidade financeira. Em 2016, por exemplo, o Estado pagou apenas a metade do 13º salário aos funcionários e agentes sem cargos de chefia e de direcção, enquanto os que assumem estas funções sequer foram pagos. (Carta)

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