A Organização Nacional dos Professores (ONP) diz que o rácio professor/aluno tem impacto na qualidade de educação, sobretudo no ensino primário. A informação foi partilhada, esta quarta-feira, pelo Secretário-Geral da ONP, Teodoro Muidumbe, por ocasião da passagem do dia do Professor.
“É só imaginar um professor que tem de trabalhar com 60 alunos principiantes (da 1ª classe), que não sabem ler e escrever, como é que este pode gerir estas crianças, conseguir ver o que cada uma está a escrever no livro, é complicado”, refere a fonte.
Segundo Muidumbe, o rácio professor/aluno neste momento é normal, há turmas com 50, 60 alunos. Entretanto, considera-se normal porque antes os números não eram estes numa sala de aula. Por exemplo, nas províncias mais populosas do país como Nampula e Zambézia, os professores são muitos, mas também há muitas crianças. Por conta do número de nascidos no país, é difícil colocar 25 a 30 alunos numa sala de aula, o que seria o ideal para uma escola primária.
“Quanto menor for o número de alunos numa sala de aula, o professor consegue controlar visto que cada criança tem seu comportamento”.
Questionado sobre a situação salarial dos professores, Muidumbe disse que ainda é cedo para afirmar que já não constitui uma preocupação, entretanto, a Organização saúda o esforço do Governo ao ter criado uma lei que regula os salários, visto que as diferenças não podem ser muito maiores para os profissionais de vários sectores com a mesma formação.
“Depois de vermos os quantitativos se correspondem às nossas expectativas, vamos agradecer, porque o passo já foi dado”, disse.
Em relação às horas extras, a ONP garante que o Governo está a pagar, embora existam alguns grupos que não têm, mas a situação está a ser atendida a nível local. (Marta Afonso)