O Bastonário da Ordem dos Médicos, Gilberto Manhiça, entende que o baixo financiamento das unidades sanitárias determina a escassez constante dos meios de trabalho. Num momento em que se celebra os 46 anos do Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país e os feitos dos professores que formaram os grandes médicos, o contexto em que se faz o exercício da prática médica mudou.
“Continua a assistir-se ao contínuo empobrecimento do médico, do enfermeiro e dos demais técnicos de saúde. Promoveu-se o turismo médico em detrimento do investimento nas unidades sanitárias nacionais”, referiu Manhiça.
Discursando esta quinta-feira, no HCM, Manhiça disse que durante este período foram oficializadas as práticas discriminatórias e ilegais em unidades sanitárias públicas.
“A precariedade das condições de ensino e das práticas são alguns dos achados comuns nesta horrível e revoltante realidade”.
Assim, entende a Ordem dos Médicos que este é um momento para mais uma reflexão e produzir-se mudanças que restabeleçam os valores éticos que constituem o habitat natural da prática médica. (Marta Afonso)