A população de Maluana, local de Maputo onde sete pessoas foram enterradas vivas, recusa-se a colaborar com as autoridades para identificação do local onde, pelo menos, dois corpos foram sepultados, indicou fonte oficial.
“Estivemos reunidos com a população e voltamos a exortar para que nos ajudem a identificar o local onde os outros dois corpos estão. Mesmo assim, não conseguimos ter nada”, declarou o chefe do Posto Administrativo de Maluane, Juvenal Sigauque, citado hoje pela Rádio Moçambique (RM).
Em causa está o caso de sete pessoas, incluindo três agentes da polícia moçambicana, enterradas vivas por moradores no Posto Administrativo de Maluane, na província de Maputo em junho desde ano, acusados de roubo de gado.
As autoridades moçambicanas conseguiram identificar o local onde foram enterrados cinco corpos, que foram exumados em junho, mas há ainda outros dois cujo paradeiro é desconhecido.
As vítimas foram torturadas pela população e enterradas vivas, acusadas de pertencerem a um grupo que rouba gado no distrito de Muamba, na província de Maputo.
“O caso ocorreu no dia 20 de junho, quando um criador de gado notou que havia invasores no seu curral. Ele chamou a população e os supostos meliantes foram amarados e enterrados vivos”, explicou Juvenal Sigauque à comunicação social, na altura.
A Polícia da República de Moçambique destacou uma equipa para investigar o caso, mas três dos seus agentes também foram amarrados, torturados e enterrados vivos pela população, acusados de colaborar com os supostos criminosos.
“A Polícia dirigiu-se à zona na perspetiva de ir identificar o local onde os corpos dos supostos meliantes estavam enterrados e tentar esclarecer o assunto. Na sequência disso, a comunidade terá confundido os agentes da polícia com os meliantes”, declarou Juvenal Sigauque.(Lusa)