Quarenta por cento destas novas infecções ocorreram na faixa etária dos 15 a 24 anos, um grupo que não representa mais de um terço da população moçambicana.
Os dados foram divulgados esta quarta-feira em Maputo pelo Conselho Nacional de Combate ao Sida (CNCS), numa altura em que alerta que uma em cada três infecções novas por HIV/Sida, no mundo, ocorre em jovens dos 15 a 24 anos. Os mesmos dados mostram que 16% da população mundial tem estas idades.
“Mesmo não conhecendo o tamanho, com base nos dados do inquérito biológico e comportamental realizado entre 2011 e 2014, em Moçambique, podemos constatar, com muita preocupação, que a maior parte dos inquiridos eram jovens dos 15 aos 24 anos. Falamos de homens que fazem sexo com homens e mulheres trabalhadoras de sexo e, neste inquérito, sabemos que temos uma população-chave bastante jovem”, disse o Secretário Executivo do CNCS, Francisco Mbofana.
Mbofana falava à margem de um seminário realizado esta semana, em Maputo, sobre o fortalecimento de abordagens multissectoriais para a protecção e promoção dos direitos sexuais e reprodutivos da população jovem e vulnerável em Moçambique.
Ele disse ainda que o Plano Estratégico considera adolescentes e jovens como grupos prioritários, e o facto de estes serem considerados população-chave resultou no desenvolvimento de políticas que visam melhorar o acesso aos serviços para estes grupos.
“Uma das coisas que faz com que os jovens tenham uma alta vulnerabilidade é o estigma e discriminação, desigualdades de género, a violência baseada no género, assédio, violação sexual, e políticas e leis que não são favoráveis para esse grupo”, disse Mbofana.
Para o Conselho Nacional de Combate ao Sida, estas barreiras devem ser reduzidas, senão mesmo removidas, de modo a assegurar que os indivíduos tenham acesso aos serviços e possam usar estes para o seu bem. (Marta Afonso)