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quarta-feira, 06 julho 2022 06:54

Moçambique e Itália assinam plano plurianual de desenvolvimento

italia mocambique min

O acordo cobre o período 2022/2026 e visa aprofundar a cooperação entre os dois países, segundo declarou o Presidente da Itália, Sergio Mattarella, que termina hoje (quarta-feira) a sua visita de trabalho a Moçambique, a convite do seu homólogo Filipe Nyusi.

 

O instrumento de cooperação foi assinado ontem (05) em Maputo pela ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verônica Macamo, e pela vice-ministra da Cooperação da Itália Mariana Serena.

 

O Chefe de Estado italiano garantiu que o seu país continuará a ajudar Moçambique a enfrentar o terrorismo, destacando o compromisso da Itália no quadro do apoio da União Europeia à reconstrução da região afectada e na formação das forças moçambicanas para fazerem face ao conflito, bem como na assistência humanitária.

 

Segundo Sergio Mattarella, o apoio a Moçambique para o desenvolvimento do Norte e para a formação de militares para combaterem o terrorismo deve ser assumido como um “compromisso”. “São dois compromissos que estão de acordo com as necessidades de Moçambique”, frisou o governante.

 

No total, a União Europeia (UE) pretende aplicar 65 milhões de euros este ano para projectos de desenvolvimento no norte de Moçambique, incluindo a região afectada pelo terrorismo. Mattarella enalteceu a eleição de Moçambique como membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e prometeu ajuda da Itália aos países africanos, incluindo Moçambique, para mitigar o custo dos alimentos na sequência da invasão russa à Ucrânia.

 

Esta terça-feira, o presidente Filipe Nyusi recebeu o seu homólogo Sergio Mattarella, o primeiro chefe de Estado italiano a visitar o país. Depois das conversações oficiais chefiadas pelos dois presidentes, Nyusi disse que informou a delegação italiana sobre os esforços do país para criar confiança junto dos parceiros internacionais, nomeadamente, o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Africano de Desenvolvimento, entre outros.

 

“Assumimos perante a Itália o nosso compromisso de usar de forma transparente, incluindo a prestação de contas, o apoio dos nossos amigos e dos nossos parceiros”, referiu o Presidente Nyusi. As conversações centraram-se na cooperação bilateral, com enfoque para o comércio e investimento.

 

Nyusi indicou que Moçambique reafirma a sua posição de abstenção na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, como resultado do plasmado na Constituição e a necessidade de privilegiar o diálogo, porque, segundo disse, o impacto da guerra está a provocar crises no mundo.  “Ainda ontem (segunda-feira) tivemos problema de circulação de autocarros aqui em Maputo, precisamente por causa do aumento dos preços dos combustíveis”.

 

A visita de Mattarella a Moçambique surge numa altura em que a petrolífera italiana Eni está a liderar o arranque da exploração de gás natural na bacia do Rovuma, através de uma plataforma flutuante estacionada a cerca de 40 quilómetros de Cabo Delgado.

 

As reservas estão entre as maiores do mundo e a única razão pela qual ainda não há mais projectos para explorá-las deve-se ao terrorismo no norte de Moçambique, que interrompeu os trabalhos em terra. No caso da plataforma offshore, o gás já começou a ser bombeado para liquefação e a exportação começará nos próximos meses. As relações com empresas italianas estendem-se a outros sectores, como construção e energia.

 

A Itália foi em 2020, data das estatísticas oficiais mais recentes, o principal destino das exportações de Moçambique para a União Europeia (UE), constituídas maioritariamente por alumínio. Do outro lado da escala, a Itália foi o segundo país da UE (depois de Portugal) na lista de importações, abastecendo Moçambique principalmente com produtos químicos e peças metálicas para infra-estruturas. (Carta)

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