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Trabalhadores da empresa de segurança privada Guardian Security dirigiram-se, na manhã desta segunda-feira, ao Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, para denunciar o patronato e protestar contra a falta de salários, demissões sem indemnizações e falta de pagamento de segurança social obrigatória.
Segundo Alves Inácio Matsinhe, vigilante na empresa Guardian Security, os trabalhadores decidiram marchar até ao Ministério do Trabalho porque estão há oito meses sem os salários enquanto outros trabalhadores receberam a carta de rescisão de contrato.
O patronato alega que vai pagar os salários em duas prestações porque a mesma já não opera nos postos onde os seus trabalhadores estavam afectos. “Esta empresa foi expulsa de vários locais como o Moza Banco, em Nacala Porto, por não pagar os seus funcionários. Nós aqui em Maputo somos poucos, temos colegas em Xai-Xai, Beira e Nacala-Porto que o patronato abandonou e os mesmos nem têm onde ir queixar. Nós aqui em Maputo temos a sorte de conhecer o escritório dele e temos ido lá pressionar”, explicou.
Acrescentou ainda: “Naquela empresa trabalhamos sem salários, sem segurança social, não temos direito a férias, temos colegas que trabalham há mais de seis anos e nunca tiveram férias, quando reclamamos, o patronato nos dá nota de culpa ou faz questão de nos transferir para outros distritos bem distante dos seus escritórios, então por conta desta situação, decidimos denunciar a empresa para mudar tudo. Nós começamos a ter problemas nesta empresa quando entrou o senhor Raul Djedje. Ele veio com novas políticas e mudou as datas de pagamento salarial. Só neste grupo, somos cerca de 250 trabalhadores sem salários, mas a empresa emprega pouco mais de 1000 trabalhadores que estão na mesma situação e nem sabem onde recorrer”, disse a fonte.
Por sua vez, a Presidente da Comissão de Mediação e Arbitragem Laboral, Olga Manjate, confirmou que recebeu na manhã desta segunda-feira, os trabalhadores da empresa Guardian Security, que levaram para a instituição, problemas que já eram do seu conhecimento.
“As preocupações colocadas por esta empresa são do nosso conhecimento e são praticamente de quase todas as empresas de segurança. Foi por esse motivo que a Ministra do Trabalho, Margarida Talapa, criou uma comissão de inquérito para perceber o que está a acontecer com estas empresas”, esclareceu.
Referiu ainda: “Nós já notificamos esta empresa em particular várias vezes e a mesma nunca compareceu e o próximo encontro será no próximo dia 07 do mês corrente e esperamos que compareçam os gestores ou vamos seguir os passos subsequentes que podem culminar com o pagamento de multas, aplicação de sanções, entre outros”.
Para Manjate, a principal preocupação neste momento é resolver de uma vez por todas este problema que afecta outras empresas que operam no mesmo ramo, tendo em conta que existem também algumas que estão a pagar abaixo do salário mínimo e estas vão ser sancionadas. (Marta Afonso)
