Tal como “Carta” avançou na tarde desta segunda-feira, o Governo vai passar a subsidiar os passageiros através do cartão “Famba”, introduzido em Fevereiro do ano passado e que nunca funcionou em grande parte dos autocarros. O Executivo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, confirmou no fim da tarde de ontem que, na sequência da “greve” dos transportadores e para permitir que os mesmos continuem a operar, vai subsidiar os passageiros por um período de seis meses.
Segundo o Porta-voz do Ministério dos Transportes e Comunicações, Ambrósio Sitoe, o Governo e os parceiros adoptaram o mecanismo de subsídio ao transportado. Para Sitoe, o mecanismo será implementado nos próximos seis meses com o apoio dos parceiros e enquanto durar o processo de implantação de bilhética electrónica e uso do cartão “Famba”, o Governo vai subsidiar os transportadores licenciados para que os passageiros não fiquem prejudicados.
Falando à imprensa, Sitoe garantiu que a melhor forma de subsidiar o passageiro será com base em quatro viagens por dia e através do uso do cartão “Famba” que será instalado em todos os autocarros.
“Estamos cientes de que nem todos os autocarros têm o sistema de bilhética electrónica, mas neste momento o valor do subsídio já foi disponibilizado pelo Banco Mundial, só nos resta apenas ter os dados das pessoas carenciadas que vão beneficiar deste valor”, explicou.
Contrariamente ao que foi dito à “Carta”, na semana finda, pela Agência Metropolitana sobre avaria dos validadores do cartão “Famba” em quase todos os transportes onde haviam sido implantados, o representante do Ministério dos Transportes e Comunicações garantiu que continuam a funcionar e vão ser encontrados mecanismos para que sejam usados em todo o país para subsidiar o passageiro.
“A população vai continuar a ser transportada ao mesmo preço, o processo da aprovação da tarifa vai ocorrer ao mesmo tempo com o processo de subsídio ao transportado. Enquanto não se chega ao fecho do processo de subsídio ao transportado, vai se fazendo a compensação ao transportador para manter o preço do “chapa” ao transportado”.
Por seu turno, o Presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane, esclareceu que a proposta do Governo pode trazer melhores momentos para o sector dos transportes porque, independentemente de tudo, os transportadores precisam de manter o seu trabalho e garantir a manutenção dos autocarros e ter o transporte a funcionar.
“O subsídio vai apenas para o transporte urbano nas capitais provinciais. Entretanto, o reajuste do transporte interprovincial, interdistrital tem de ser negociado localmente, não está abrangido nesta almofada que o Governo está a anunciar”. (Marta Afonso)