Em causa está um escândalo que teve o seu auge no passado dia 09 de Maio do presente ano, quando uma brigada do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCC) escalou o distrito de Panda, província de Inhambane, com a finalidade de identificar os 39 funcionários e dirigentes públicos envolvidos em actos de corrupção.
Segundo apurou a “Carta”, o alegado saque dos fundos públicos envolve Chefes dos Postos Administrativos; das Localidades; alguns Técnicos das Serviços distritais da Educação, Saúde, Actividades Económicas e de Planeamento e Infra-estruturas; alguns Motoristas; entre outros funcionários afectos a diferentes subsectores e repartições.
A viciação de guias e a sobrefacturação, sempre que um projecto ou concurso é lançado no distrito, entre outras irregularidades, são os males que concorreram para a identificação dos 39 funcionários.
Foram também identificados a antiga Administradora de Panda transferida para o distrito de Massinga e o ex-Secretário Permanente do distrito, transferido parao distrito de Funhalouro. Devido à situação, a Administradora em questão foi ouvida na passada terça-feira (10) pelo Ministério Público (MP).
Em conexão com a sobrefacturação, alegadamente protagonizada pelo então Secretário Permanente do distrito no abastecimento de combustível, o Ministério Público ouviu, há dias, um colaborador de um posto de abastecimento daquele produto.
Acrescentando, as fontes judiciais revelaram que, para além das ilegalidades acima referidas, parte do grupo de Chefes das Localidades desviava produtos alimentares que seriam distribuídos às populações carenciadas integradas no programa “comida pelo trabalho”.
Acrescido a estes factos, está também o recente caso de construção de uma casa de banho, financiada por uma organização alemã, no valor de 1.098.167,03 Meticais. A sua construção contou com alguns funcionários alegadamente envolvidos em actos de corrupção.
As fontes avançaram que o distrito de Panda é tido como o local escolhido por alguns dirigentes de nível provincial para satisfazer os interesses pessoais, contribuindo para delapidar o erário público, através da sobrefacturação em concursos e projectos públicos.
Por exemplo, no sector da educação, há relatos de cobranças aos professores para não serem escalados para trabalhar nas localidades ou em zonas longínquas, incluindo o desvio de subsídios de alguns funcionários.
O mesmo acontece na saúde, em que foi denunciado recentemente um escândalo envolvendo pessoal de saúde, técnico e um funcionário administrativo, acusados de estarem envolvidos num esquema de venda de vagas de emprego para o ingresso no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Conforme disseram as fontes, os casos de corrupção em Panda são apoiados por membros influentes do Partido Frelimo no distrito que, supostamente, também são beneficiários do saque dos fundos públicos. (O.O.)