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Redacção

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Um número não especificado de terroristas que há dias escalou a aldeia Nsangue e as ilhas Tambuzi, Quifuque, em Mocímboa da Praia, e Vamize, em Macomia, onde saquearam bens da população, foi morto num confronto com as Forças de Defesa do Ruanda.

 

Segundo apuramos, as forças ruandesas lançaram uma operação nas zonas de Calugo e Ulo, onde ainda circulavam os terroristas que recentemente protagonizaram incursões naquelas regiões.

 

As fontes disseram à "Carta" que, como resultado, no último fim-de-semana, as forças ruandesas conseguiram trazer a uma vila uma embarcação que os terroristas tinham “levado” na quarta-feira passada, aquando do ataque às ilhas de Tambuzi, Quifuque e Vamize.

 

"Nós vimos a embarcação, foi trazida pela força ruandesa", disse o pescador Ali Mussa, que acrescentou: "a pesca de malhação (peixe pequeno) também foi retomada nestes dias", explicou.

 

Refira-se que, no passado dia 1 de Maio, um grupo de terroristas atacou as ilhas Tambuzi e Quifuque e, no dia seguinte, a ilha Vamize, roubando diversos bens de pescadores. (Carta)

Soldados do Exército da África do Sul posicionados nas fronteiras de KwaZulu-Natal com Moçambique e E-swatini impediram que mais de 5,5 milhões de rands em drogas ilegais chegassem aos consumidores sul-africanos em Abril.

 

A apreensão representa a maior parte do valor de R6 883 030 em drogas confiscadas de contrabandistas em todas as fronteiras terrestres da África do Sul durante o quarto mês de 2024, como parte da tarefa de protecção de fronteiras pela Força de Defesa Nacional da África do Sul, durante patrulhas da “Operação Corona” no passado mês de Abril.

 

As drogas, não especificadas pela Divisão de Operações Conjuntas, foram interceptadas, confiscadas e entregues à polícia na fronteira do Estado Livre com o Lesoto (R781 568), Limpopo/Zimbabwe (R485 106) e Noroeste/Botswana (R80 388).

 

O contrabando não especificado, que vai desde cigarros e outros produtos do tabaco, até bebidas alcoólicas, cosméticos, vestuário, calçado e produtos farmacêuticos, avaliado em mais de 900 000 rands, foi confiscado de potenciais contrabandistas ao longo das quatro fronteiras terrestres da África do Sul no mês passado.

 

A maior apreensão, em termos de valor, ocorreu ao longo da fronteira Mpumalanga/Moçambique, em R586.930.

 

Não obstante o posicionamento dos soldados, bem como dos guardas e funcionários da Autoridade de Gestão das Fronteiras (BMA) para impedir a entrada clandestina, os imigrantes ilegais continuam a chegar à África do Sul.

 

Em Abril, 461 foram interceptados e entregues à polícia e a funcionários do Departamento de Assuntos Internos (DHA), sendo o maior número de Lesotho, com 173.  Em segundo lugar está o Zimbabwe com 143, seguido do Botswana, com 21.

 

Uma apreensão notável em Abril foi a de armas, de tipo e calibre não especificados, retiradas de Lesoto na tentativa de acesso à África do Sul através da fronteira do Estado Livre.

 

Com soldados patrulhando as fronteiras terrestres da África do Sul, a polícia conseguiu este mês apreender cerca de 5 milhões de rands em suspeita de cocaína transportada através de Mpumalanga. O Serviço de Polícia Sul-Africano (SAPS) disse que prendeu um homem de 23 anos com cocaína estimada em R4 583 370 no passado dia 2 de Maio. (Defence web)

Caiu o pano, na noite de domingo, sobre a I Sessão Extraordinária do Comité Central, uma reunião “sinistra” e imprevisível, que pôs fim à novela da sucessão no partido Frelimo. Convocada para durar apenas um dia, a reunião acabou levando três dias, tendo havido informações dando conta de um possível adiamento, devido à falta de consenso sobre os nomes que deviam ir à votação.

Ana Rita Sithole, deputada e membro do Comité Central da Frelimo, disse não ter ficado surpresa com a prorrogação do prazo dos debates, em mais de 20 anos de militância, nunca testemunhou um processo de sucessão que tenha durado apenas um dia. Quem também não se recorda de uma sucessão fácil é Celso Correia, que comparou aquele processo ao serviço de parto. “De Partos difíceis sempre nascem meninos bonitos”, defende.

No entanto, se a prorrogação da reunião, de um para três dias, não surpreendeu os “camaradas”, a organização e os resultados do encontro surpreenderam a todos e todos. À partida, Aires Ali, José Pacheco e Basílio Monteiro eram considerados “favoritos” dos membros do Comité central, enquanto Roque Silva despontava como a principal aposta de Filipe Nyusi, tendo Daniel Chapo e Damião José como “fauna acompanhante”, porém, acabou sendo o Governador de Inhambane a estrela da noite.

 

De fora, os jornalistas viviam um dos maiores martírios profissionais da sua vida. Durante os três dias, os profissionais da comunicação social moçambicana foram proibidos de atravessar o portão da Escola Central da Frelimo, tendo montado as suas Redacções numa área destinada ao lazer e ao estacionamento de viaturas.

 

Aliás, diferentemente das reuniões anteriores, os jornalistas não tiveram qualquer crachá para cobrir o evento, sendo que o acesso ao pátio e à sala de sessões, horas antes do encerramento, foi feito mediante uma chamada nominal e pela segurança do Chefe de Estado. Neste quesito, os jornalistas foram submetidos a três processos de “confirmação” dos nomes e presenças. Apenas funcionários do Gabinete de Imprensa do Presidente da República estavam acreditados.

 

Para além das restrições no acesso ao pátio da Escola Central da Frelimo, os jornalistas foram submetidos a uma seca de informação. Durante os três dias do Comité Central, o partido Frelimo não se dignou a prestar quaisquer informações aos jornalistas, sendo que as poucas informações foram obtidas através de Manuel Formiga (antes de ser humilhado publicamente pela sogra) e pelo solícito jurista Teodoro Waty, que se tornou, de forma involuntária, o porta-voz da reunião. Ludmila Maguni, porta-voz do partido, sequer deu a cara aos jornalistas.

 

Com o blackout “declarado” aos jornalistas, as fake news prosperaram e o processo eleitoral correu longe dos holofotes, não tendo sido divulgados os resultados oficiais da primeira volta da eleição. Também não foi possível testemunhar a campanha eleitoral realizada pelos candidatos e muito menos o famoso “jogo das malas”, que reinou no escrutínio de 2014.

 

As restrições no acesso à Escola do partido Frelimo não só eram exclusivas aos jornalistas, mas também aos seguranças da “nomenklatura”, comumente conhecidos como Ajudantes de Campo (ADC). A par dos jornalistas, os seguranças (na sua maioria agentes da Unidade de Protecção de Altas Individualidades) também estavam acantonados no exterior do pátio, sendo que só tinham acesso ao recinto apenas à hora do almoço para passarem refeições.

 

Refira-se que a ausência de informação e as restrições no acesso ao recinto da Escola Central da Frelimo juntam-se aos ajustes às logísticas financeira e operativa dos órgãos de comunicação social, inicialmente desenhadas para um dia e que tiveram de ser reajustadas a cada dia. De resto, tratou-se de um conclave em que os comerciantes (de refeições e bebidas alcoólicas) começaram tímidos, mas acabaram sendo os principais “vencedores” do fim-de-semana, a avaliar pelo fluxo do negócio.

 

Sublinhar que, no conclave do último fim-de-semana, participaram apenas os membros efectivos e suplentes do Comité Central e os Presidentes Honorários, convidados permanentes do órgão, numa reunião “sinistra” e com resultados imprevisíveis. (A. Maolela)

No domingo, 5 de Maio, o segundo partido da oposição, MDM (Movimento Democrático de Moçambique), anunciou que escolheu como candidato presidencial Lutero Simango, chefe do seu grupo parlamentar e irmão do fundador do partido Daviz Simango (que morreu de Covid em 2021). O outro candidato foi o edil da Beira, Albano Carige, que desistiu.

 

A Renamo ainda não escolheu o seu candidato, mas fá-lo-á num congresso de 15 a 16 de Maio, na Zambézia. Afonso Dhlakama liderou a Renamo desde 1979 durante a guerra que terminou em 1992, até morrer de doenças relacionadas com a diabetes, a 3 de Maio de 2018. 

 

O antigo guerrilheiro Ossufo Momade – e actual Presidente - foi eleito num congresso na base da Renamo na Gorongosa, a 17 de Janeiro de 2019, para um mandato de cinco anos, que alguns dizem que já expirou. A Renamo tem dois jovens dinâmicos, Manuel de Araújo, que é presidente da autarquia de Quelimane, e Venâncio Mondlane, que foi eleito presidente da autarquia de Maputo no ano passado, mas sua vitória foi recusada pelo Conselho Constitucional. Ossufo Momade, para ser nomeado candidato presidencial na próxima semana, está a marginalizar Mondlane e Araújo e pode impedi-los de participar no Congresso.

 

Lutero Simango e Ossufo Momade são activistas muito mais fracos que os seus antecessores e estão a ser desafiados por líderes locais mais jovens e mais dinâmicos. Mas parece que ambos os líderes estão satisfeitos por permanecerem como partidos oficiais da oposição. 

 

O MDM é efectivamente um partido familiar que conquistou e governa a Beira com sucesso, e parece feliz por continuar assim. A geração mais jovem na Renamo quer que o partido seja hoje uma oposição política à Frelimo, e não uma oposição guerrilheira de há três décadas. Mas Momade parece feliz por ser líder da oposição, recebendo dinheiro significativo do governo.

 

Nem os líderes do MDM nem da Renamo vêem os seus partidos como uma oposição que pode vencer, enquanto os membros mais jovens dizem "nascemos depois da guerra e queremos ser uma oposição que pode vencer a Frelimo". (JH)

3ª edição de Pesquisa nacional envolveu mais de 200 organizações

 

Pelo terceiro ano consecutivo, a Tempus Global Group vai distinguir, no dia 16 de Maio, as empresas e organizações que mais se destacam em Moçambique pela excelência na Proposta de Valor ao Colaborador. A cerimónia de entrega de prémios vai realizar-se durante um jantar de Gala, a ter lugar no Polana Serena Hotel, em Maputo, e contará com a presença dos representantes (directores de RH e directores gerais) das empresas e organizações reconhecidas.

 

A distinção acontece no âmbito da 3ª edição do Elite Employer, um programa da Tempus Global Group que tem como base os dados mensuráveis resultantes da Pesquisa Nacional de Benefícios e Gestão de Capital Humano, o maior estudo de benefícios já feito em Moçambique. A 3ª edição da Pesquisa decorreu de Setembro a Novembro de 2023 e contou com a participação de mais de 200 organizações, entre os sectores privado, público, ONGs e Agências de Cooperação.

 

A Tempus Global Group acredita que o sucesso de qualquer organização está intrinsecamente ligado à felicidade e bem-estar dos seus funcionários, por isso criou o Elite Employer, um programa pioneiro em Moçambique. Ser Elite Employer significa ser uma empresa que coloca os colaboradores na vanguarda das suas prioridades, compreendendo que uma força de trabalho feliz, saudável e comprometida é a espinha dorsal de qualquer organização próspera.

 

O caminho para se tornar um empregador de elite implica muitos desafios em Moçambique. Requer dedicação, compromisso e um genuíno entendimento das necessidades únicas, tanto dos empregadores como dos funcionários.

 

As 37 organizações que serão premiadas este ano destacaram-se em cinco pilares-chave: Remuneração e Benefícios, Ambiente de Trabalho, Oportunidades de Carreira, Cultura da Empresa, e Equilíbrio entre Vida Profissional e Pessoal.

 

Este ano, o evento contará com convidados especiais de algumas organizações internacionais como Hanna Meirelles, instrutora internacional, Facilitadora de Desenvolvimento e fundadora da empresa LIFE LEVEL 10. Especialista em Planeamento Estratégico e Desenvolvimento de Gestão, bem como em Liderança, Cultura e Diversidade, Hanna Meirelles trabalhou, nos últimos 20 anos, em todo o mundo, formando líderes e empresários em vários sectores. Empreendedora desde muito cedo é a única brasileira a fazer parte da equipa global de treinadores da Sucess Resources.

 

A 3ª edição do Elite Employer é apoiada pela Hollard e conta com a equipa sénior de consultoria da Tempus Global Group. (Carta)

“O que fazem de diferente as mulheres que chegam ao topo na liderança de grandes empresas”, foi o tema do evento realizado, na quinta-feira, 2 de Maio, pelo Access Bank Mozambique. Entre clientes e colaboradoras do Banco, o encontro juntou mais de 50 mulheres e teve como oradoras Glayds Gande, Senior Manager de Business Consulting na Ernst & Young e Vice-Presidente da New Faces New Voices (NFNV); Clara Neves Directora executiva da Be Bold; Carmen Mogne, Directora interina do Enterprise Business Support (EBS) e Project Management Office (PMO), e Sheila Langa, Responsável pela Área Financeira, Impostos, Custos e Relatórios Regulamentares do Access Bank Mozambique.

 

Durante o evento debateram-se temas essenciais para o crescimento e sucesso das mulheres, como a inclusão financeira e a capacitação em cargos de liderança, apontando também estratégias para as mulheres se destacarem profissionalmente. As oradoras partilharam as suas próprias experiências, defenderam o importante papel que a mulher desempenha na sociedade e apontaram os muitos desafios que ainda são necessários ultrapassar para ocupar cargos de chefia. A falta de representação, os estereótipos de género e barreiras profissionais, foram também temáticas em análise.

 

Ao longo da sessão, a Directora interina do EBS e PMO, Carmen Mogne, afirmou que “a jornada das mulheres para alcançar posições de liderança pode ser desafiadora, mas é fundamental persistir e nunca desistir dos seus objetivos”. “Encorajo todas as mulheres a acreditarem no seu potencial, a levantarem as suas vozes e a se apoiarem mutuamente para inspirar as próximas gerações de mulheres”, disse aquela responsável.

 

O Administrador Delegado do Access Bank Mozambique, Marco Abalroado, defende que “iniciativas como esta são o reflexo do empenho do Banco na diversidade e na inclusão das mulheres em cargos de liderança”.  “Nós reconhecemos o valor das mulheres na liderança e estamos comprometidos em promover um ambiente inclusivo e diversificado”, sustentou o mesmo responsável.

 

O Access Bank afirma o seu compromisso em continuar a promover inúmeras acções ligadas ao empoderamento feminino. Também esta iniciativa se enquadra no âmbito do compromisso e apoio que o Access Bank tem dado a vários projetos de inclusão da mulher na sociedade e nos negócios. 

Teve lugar, na sexta-feira (26), a entrega de prémios aos primeiros vencedores da Campanha de Incentivo à Domiciliação de Salários no BCI-"Daqui ganhas mais". O evento envolveu os três contemplados do 1º sorteio bimestral, nomeadamente os clientes Ambrósio Nelson Julião Lumenta, província de Nampula, que conquistou o 1º lugar, arrecadando cem mil; Nazário Adolfo, cidade de Pemba, que ficou em 2º lugar, com cinquenta mil; e Mário Cumbe, cidade de Maputo, a quem coube o 3º lugar, o correspondente a vinte e cinco mil meticais.

 

Nas cerimónias de entrega de prémios, os clientes mostraram-se entusiasmados e manifestaram agrado por terem sido contemplados. Encorajaram o BCI a continuar a proporcionar o melhor para os seus clientes, e a prosseguir com iniciativas desta natureza, que constituem mais um incentivo.

 

Habilitam-se a conquistar mais três prémios bimestrais, os clientes que passarem a domiciliar o salário no BCI até Junho, período em que decorrerá o próximo sorteio.

 

Para além destas distinções, no próximo mês de Agosto, todos os clientes particulares do Banco que tenham o salário domiciliado no BCI, poderão habilitar-se a ganhar o Grande Prémio, constituído por uma viatura 0km da marca Renault Duster, para o 1º prémio, e mais 2 viaturas 0km da marca Mahindra KUV para o 2º e 3º prémios.

A um mês do prazo limite para apresentação de candidaturas a Presidente da República, os moçambicanos não se mostram preocupados com a tardia escolha de candidatos, mas esperam atenção do próximo chefe de Governo à segurança e emprego.

 

“Espero mudanças em termos coletivos. Espero por políticas que sejam mais direcionadas para jovens”, diz à Lusa Omar Sukuma, de 27 anos, formado em estatística, acrescentando que sente que os jovens são excluídos dos processos de desenvolvimento do país, apesar de “serem a base para o desenvolvimento”.

 

A segurança é preocupação transversal na mensagem aos futuros candidatos.

 

“Ela deixa a desejar. Temos tido vários cenários de raptos. Só espero mudanças”, aponta Osmar.

 

Em Maputo, capital do país, a Lusa conversou igualmente com Armando Machalele, psicólogo de 44 anos que tem a expectativa que o próximo Presidente da República, a escolher nas eleições gerais de 09 de outubro, também faça mudanças na sociedade, com enfoque para a abertura do mercado de emprego para a juventude.

 

“Também há falta de hospitais, escolas, então estamos a falar de muitos campos que precisam ser resolvidos”, acrescenta, destacando ser urgente a melhoria de condições de trabalho na formação de professores.

 

O Conselho Constitucional definiu o final do dia 10 de junho como prazo limite para apresentação de candidaturas a Presidente da República nas eleições de outubro, às quais já não pode concorrer o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi - e líder da Frelimo - por ter atingido o limite de mandatos.

 

Contudo, apenas no domingo e após uma reunião extraordinária do Comité Central que durou três dias, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) aprovou Daniel Francisco Chapo como candidato às eleições presidenciais pelo partido no poder em Moçambique desde a independência, em 1975, após vários meses de incerteza e num prazo invulgarmente levado ao limite.

 

Também no domingo, o conselho nacional do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força do parlamento, aprovou o apoio à candidatura do líder do partido, Lutero Simango, ao cargo de Presidente da República.

 

A segunda força política no parlamento e principal partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), continua em processo interno de escolha do candidato.

 

Neida Reginaldo, estudante de 22 anos, disse esperar que o sucessor de Filipe Nyusi dê atenção aos jovens.

 

“Espero que haja mais políticas que possam inserir jovens na vida política e profissional. Os jovens reclamam muito da falta de emprego e gostaria que esse problema fosse atendido”, diz a estudante, por entre preocupações igualmente com as emergências que assolam o país.

 

“Que o país possa responder de forma rápida às calamidades naturais. Moçambique, por ter passado por várias calamidades, já tinha de ter uma forma mais rápida de atender a essas situações. Mas costumo ver que o nível de resposta não melhora”, aponta.

 

Alice Cumba, empreendedora de 24 anos, assume a expetativa igualmente com a atenção com a juventude, mas também com a segurança: “Que mude a situação do país, a questão da guerra em Cabo Delgado. Que mude aquela situação”.

 

Preocupado com a segurança e os ataques terroristas em Cabo Delgado, Rafael Nhanice, de 54 anos e que trabalha no ramo de restauração, quer também que o combate à criminalidade entre nos discursos dos candidatos que se apresentarem nos próximos dias.

 

“À noite, se é para dormir, é com o coração na mão. [Deve] acabar com os sequestros”, afirma, defendendo igualmente melhorias no setor de estradas, para permitir melhor circulação de pessoas e bens.

 

“A segurança tem de melhorar, os bairros têm se tornado cada vez mais violentos. Há bairros que não têm postos policiais”, retoma, por sua vez, Neida Reginaldo.

 

Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, que além da eleição presidencial inclui ainda legislativas e para governadores de províncias e respetivas assembleias provinciais.

 

A campanha eleitoral vai decorrer de 24 de agosto a 06 de outubro e a Comissão Nacional de Eleições terá de anunciar os resultados nacionais até 24 de outubro, que só depois, após análise do processo, podem ser proclamados pelo Conselho Constitucional.(Lusa)

A petrolífera norte-americana ExxonMobil prevê tomar uma decisão final sobre o projeto de extração de gás natural no norte de Moçambique só no final do próximo ano, anunciou o diretor-geral no país, Arne Gibbs.

 

"Estamos otimista, estamos a avançar, mas reconhecemos que há ainda desafios", disse o responsável em declarações citadas pela agência de informação financeira Bloomberg, nas quais aponta a Decisão Final de Investimento apenas para o final do próximo ano, concretizando a previsão feita em julho de começar em 2025.

 

As declarações de Gibbs surgem na mesma semana em que o Presidente de Moçambique disse que o financiamento não é motivo para atrasar a implementação dos megaprojetos de gás natural, liderados pela francesa TotalEnergies e pela norte-americana ExxonMobil.

 

“É fundamental isso [avançar com os projetos] porque não pode ser problema de decisão financeira, agora, associado à situação terrorista. Esse projeto já existia, já é antigo. Isso significa que havia clareza na sua execução. Não pode encalhar por esta razão, que se procurem outras”, criticou Filipe Nyusi, na abertura, na quinta-feira de manhã, em Maputo, da 10.ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique.

 

Em concreto, apelou aos concessionários da Área 1, liderada pela TotalEnergies, que perante a “gradual promissora estabilidade” na península de Afungi, distrito de Palma, Cabo Delgado, “acelerem o desenvolvimento da retoma dos projetos em terra”, e que na Área 4, em terra, liderado pela ExxonMobil “se acelere o processo conducente à Decisão Final de Investimento, com os devidos ajustamentos ao Plano de Desenvolvimento aprovado em 2018”.

 

Na mesma intervenção na conferência, o chefe de Estado afirmou que a “demora” na concretização deste tipo de projetos “provoca problemas”, porque a “expectativa dos países é enorme” e “as pessoas ficam a pensar que uma parte do seu problema pode estar resolvido”.

 

Nas declarações citadas pela Bloomberg, Arne Gibbs confirmou que a petrolífera deu por concluído o trabalho preliminar de engenharia e design do projeto de 18 milhões de toneladas por ano, na bacia do Rovuma, e que o grupo de engenheiros e designers vai começar o projeto "nos próximos meses".

 

Sobre a insurgência que parou as obras em março de 2021, Gibbs comentou: "Houve melhorias significativas na situação de segurança desde que começámos, em 2021, e sabemos que ainda há mais trabalho a ser feito".

 

O projeto da Exxon em Cabo Delgado - província a norte afetada há mais de seis anos por ataques terroristas - previa uma produção de 15,2 milhões de toneladas por ano, mas a companhia antevê uma produção anual de 18 milhões de toneladas atualmente.

 

O projeto do Rovuma LNG será "o maior projeto de gás natural liquefeito em África, e pode ser o maior projeto na história africana", acrescentou Arne Gibbs.

 

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

 

Dois desses projetos têm maior dimensão e preveem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

 

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em março de 2021, na altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

 

O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4, em terra).(Lusa)

Alguns Centros de Saúde nem estão a prestar o devido atendimento aos pacientes, na sequência da greve dos Profissionais de Saúde, que arrancou no dia 29 de abril, em todo o país.

 

Na última sexta-feira, Amélia João Nhamussua, que regressava com o seu bebé de colo, do Centro de Saúde do 25, no bairro do Siduava, contou que, enquanto o Governo não intervier, muitos pacientes vão morrer.

 

“Eu fui ao centro de saúde levar a minha filha que não se sentia bem, mas quando cheguei, encontrei vários profissionais sentados a conversar. Gritei pelo socorro e pedi que atendessem a minha filha e, em viva voz, disseram-me que o material está à minha disposição e que eu devia atender a minha filha pessoalmente”.

 

Por outro lado, Alda Mangue, que voltava do Centro de Saúde da Machava-Bedene, disse que não recebeu o devido atendimento porque estava muito cheio e os poucos médicos que estavam a atender aconselhavam os pacientes com casos leves a regressar para casa.

 

“Tenho dores nas costas, estou há dias a dormir com muitas dificuldades, mas acabei voltando para casa porque os hospitais estão um caos. Eu penso que se eles não nos querem atender, nem deviam sair das suas casas para os postos de trabalho. Inclusive deviam fechar os Hospitais para sabermos que não estão a funcionar”, disse.

 

De um modo geral, “Carta” apurou que vários Centros de Saúde na cidade e província de Maputo funcionam a meio gás, sobretudo aqueles que se encontram nas zonas suburbanas.

 

No Centro de Saúde de Bagamoyo, por exemplo, os pacientes queixavam-se de lentidão, longas horas de espera e incerteza quanto ao atendimento porque grande parte dos Profissionais de Saúde mostravam-se indiferentes e outros estavam numa conversa animada.

 

Entretanto, o Ministério da Saúde refere, em comunicado de imprensa, que não há motivos para paralisação das actividades, visto que o processo das negociações decorre a bom ritmo, descartando aparentemente buscar soluções para o problema que inquieta os pacientes.

 

“As negociações estão a decorrer, mas nós continuamos com o pé firme e só voltaremos a trabalhar quando tudo estiver resolvido e devidamente organizado”, disse o Presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM).

 

Prevê-se que a greve dos Profissionais de Saúde tenha a duração de 30 dias, podendo terminar antes caso o Governo resolva as inquietações da classe, ou mesmo ser prolongada por mais tempo no caso de não haver consenso. Neste momento, mais de 70 por cento dos profissionais aderiram à greve que decorre num ambiente de intimidações.

 

Lembre que a APSUSM exige, entre outras condições, material de trabalho, pagamento de horas extras e subsídio de turno, enquadramento definitivo dos profissionais no aparelho do Estado e aumento de subsídio de risco para 10 por cento. (M.A)

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