Em relação à FMF a opinião de Nhacila não é válida. Ele está em claro conflito de interesses. Portanto, a integridade e a independência em relação aos vários poderes (no caso FMF) e às fontes de informação (FMF de novo) que deviam definir a conduta profissional de Nhacila não existem. Para falar com isenção e sem estar manchado pelo conflito de interesses Nhacila devia recusar cargos e funções incompatíveis com o estatuto do jornalista. Por exemplo: ligações governativas ou ao poder autárquico, às Forças Armadas, polícias e similares; à publicidade, relações públicas, assessorias e gabinetes de imprensa e/ou de imagem (incluindo-se neste âmbito a chamada imprensa partidária, empresarial, de clubes, etc.).
Enfim, quaisquer vínculos aos poderes estabelecidos, privados e oficiais. Ou qualquer género de actividade empresarial, liberal ou assalariada que (caso da advocacia), pela sua natureza ou conflitualidade de interesses, condicione o trabalho jornalístico específico. Não sabendo com que Nhacila se fala aqui não tenho, em sã consciência, como crer nele por mais boa vontade que revele. Apenas um exemplo: jornalista X está encarregado de acompanhar todo o "dossier" do mandato de Simango — especialmente "quente" com a questão da promessa da qualificação ao CHAN. O mesmo jornalista tem uma posição claramente militante sobre o presidente da FMF. Por isso, assina um texto sobre as mentiras dos críticos da FMF. Que, como é bom lembrar, dividem o "país esclarecido".
Como vai ser visto, doravante, o trabalho do jornalista X? Ficou ou não alterado (logo, desequilibrado) o seu relacionamento com as posições em confronto, em termos de acesso a informações e iniciativas? Como passa a ser visto o seu trabalho. Nhacila, neste caso, não está ao serviço do jornalismo e muito menos do país. Ele já defendeu a direcção do GDM e hoje sequer o clube tem o campo. É o velho hábito de estar do lado errado da história e na mesa do poder. Não me espanta. Mas essa é a poeira que se lança aos olhos dos incautos para justificar o indefensável, que afinal o homem do futebol não detinha nenhuma poção mágica para desandar o caminho da mediocridade. Simango é culpado. Nem ele e nem os seus antecessores o foram.
Simplesmente passaram pela FMF dois homens sem ideias nenhumas, com o agravante dos problemas estruturais do nosso desporto, no geral, serem completamente ignorados. Mas só se salva quem tem um Nhacila.