A circular nº 01/GAB/CEMG/2022, de 18 de Janeiro, emitida pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), o Almirante Joaquim Rivas Mangrasse, que proíbe as finanças das FADM de reter dinheiro de militares para amortização das dívidas contraídas por estes junto de algumas instituições de crédito, visa colocar fim a um longo processo de agiotagem e de saque de pensões aos militares, montado há aproximadamente duas décadas.
Ao que “Carta” apurou, a decisão vai aliviar vários militares, que foram prejudicados com as fraudes cometidas nas FADM ao longo deste período. Conforme avançam as fontes, algumas instituições bancárias concediam empréstimos chorudos e com juros avultados, o que dificultava o cumprimento das cláusulas acordadas e, para recuperar o crédito, os bancos encarregavam os funcionários do Departamento de Finanças de cobrar a dívida na folha salarial, em troca de “luvas”.
As fontes indicam ainda que alguns militares destacados para missões em Cabo Delgado e outros pontos mais recônditos do país viam os seus salários desviados em nome dos empréstimos contraídos, sobretudo quando estes eram dados como mortos.
De referir que a “mão dura” do Almirante Joaquim Mangrasse levou oficiais superiores das FADM aos calabouços por se terem envolvido no saque aos bancos no distrito de Palma, em Março de 2021. (O. Omar)