Num acto sumário, a Pathfinder International - uma organização que trabalha no campo de saúde sexual e reprodutiva e direitos no mundo - enviou a Moçambique na semana passada a partir da sua sede em Boston (EUA), um dos seus dirigentes do corpo executivo máximo, o Sr. Chad Snelgar - Responsável Máximo da Área Financeira, para vir terminar, com efeitos imediatos, os contratos de trabalho da equipa sénior de gestão da organização no país, incluindo o seu Director Nacional (Mahomed Riaz Mobaracaly), o Director de HIV e de Projectos (Diogo Milagre), Carla Zacarias (Recursos Humanos), Michela Jamal (Administração) e Arsénio Uamusse (Sector de Políticas e Conformidade).
Os quadros foram despedidos entre os dias 25 e 26 de Janeiro sob várias acusações, incluindo a de violação de políticas internas da organização, designadamente Politica Global Anti Discriminação e Anti Assédio, (2) Politica de Conflito de Interesses, Politica da Denúncia e Protecção de Denunciantes, Politica de Procurement, e Politica de Retenção e Utilização de Aconselhamento Jurídico e Consultoria Com o Responsável Jurídico Principal.
De acordo com fontes de “Carta”, tratou-se um despedimento sumário, uma vez que não foi aberta nenhuma investigação, inquérito ou sindicância aos seus procedimentos de gestão, ao mesmo tempo que lhes foi vedado o exercício do direito de defesa da sua honra, através do Contraditório. Um parecer jurídico recolhido por “Carta” garante que em circunstâncias similares, a investigação, inquérito ou sindicância, são incontornáveis no ordenamento jurídico nacional. Agindo como agiu, a Pathfinder assumiu o papel de “investigador”, Juiz e executor.
Uma testemunha contou que o tratamento dado a estes quadros moçambicanos foi humilhante: depois da ordem de expulsão, foram escoltados até a saída das instalações por três indivíduos corpulentos, intimidatórios e estranhos à organização, sem permissão de recolha dos seus pertences e fotografados sem seu consentimento.(Carta)