Alumínio, carvão, electricidade e areias pesadas são as maiores exportações de Moçambique, colocando o país como uma economia extractiva. Dados do Instituto Nacional de Estatística para os três primeiros trimestres de 2021 mostram o seguinte:

Alumínio (exportações de US$ 750 milhões nos primeiros três trimestres). A alumina importada da Austrália é fundida usando eletricidade barata da África do Sul e toda exportada para a África do Sul.

Carvão (US$ 721 milhões) exportado para Índia e China. Mas as exportações de carvão estão caindo drasticamente, de US$ 375 milhões no primeiro trimestre para apenas US$ 117 milhões no terceiro trimestre

Electricidade ($428 milhões) de Cahora Bassa exportada para a África do Sul

Areias pesadas (US$ 247 milhões) para titânio, ilmenita, rutilo e zircão, exportadas para a China (41%) e outros nove países.

O Governo espera que as exportações de eletricidade caiam 13% em 2022 devido a uma redução prevista na produção de eletricidade pela barragem de Cahora Bassa. (Notícias 24 de janeiro)

Estão também a ser levantadas questões sobre a fundição de alumínio Mozal. O contrato de energia hidroeléctrica de 950 MW da Mozal para importar electricidade barata de Cahora Bassa expira em 2026. É improvável que seja renovado porque Moçambique e África do Sul querem essa energia hidroeléctrica. 

O terminal Total LNG a ser inaugurado na Matola parece ser a fonte de combustível mais óbvia para gerar eletricidade. Mas, além de aumentar o custo da eletricidade, esta é uma mudança de hidoelétrica para um combustível fóssil. A Mozal é propriedade da empresa australiana South32, que foi criada quando o BNP Billiton foi dividida ao meio em 2015. A fundição só existe por causa da eletricidade barata, que pode estar a acabar. A balança comercial de Moçambique é fortemente negativa, com importações de US$ 6 bilhões nos primeiros três trimestres e exportações de apenas US$ 3,5 bilhões. (JH)