O Edil de Quelimane, Manuel de Araújo, foi ouvido, nesta terça-feira, no Gabinete Provincial de Combate à Corrupção da Zambézia. Em causa está um processo de auditoria ocorrido em 2018, onde se constataram despesas acima do orçamentado para esse ano.
Em entrevista à STV, Manuel de Araújo reconheceu que autorizou os gastos em questão unicamente por a Assembleia Municipal não aprovar o orçamento rectificativo proposto pela edilidade.
“Sucede que em 2018 foi feita uma auditoria ao Conselho Municipal e esse foi um ano difícil por conta da minha perda de mandato. Por outro lado, desde Agosto até Dezembro, a AM recusou-se a aprovar o orçamento rectificativo. Na sequência disso, autorizei despesas que foram para além dos limites legalmente estabelecidos’’, reconheceu o Edil.
Manuel de Araújo disse ainda que foi uma decisão difícil, mas tinha de fazer escolhas. “Ou cumpria a lei e deixava a cidade suja, tendo em conta que não podia fazer despesas para compra de combustível, reparação dos carros para limpar a cidade, e aí arriscaríamos a ter doenças como a cólera; ou então, tomava a decisão que tomei, ultrapassando tecto para algumas despesas. Foi um acto involuntário, motivado pela recusa da Assembleia Municipal em reunir-se para aprovar um orçamento rectificativo’’.
De Araújo frisou: “fui ouvido, expliquei as causas e as razões e penso que o processo vai seguir os seus trâmites normais”, afirmou.
Em 2018, a edilidade de Quelimane passou por uma grave crise institucional. Manuel de Araújo, que tinha sido eleito pelo MDM, decidiu filiar-se à Renamo e concorrer por este partido. As bancadas do MDM e da Frelimo uniram-se para bloquear a governação de Araújo, incluindo o boicote à aprovação de um orçamento rectificativo.(Marta Afonso)