Um relatório de investigação publicado esta quinta-feira pelo Centro de Integridade Pública (CIP) denuncia a venda de testes negativos da Covid-19, emitidos pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), a instituição pública responsável pela realização dos testes de despiste do novo coronavírus.
De acordo com a organização, o negócio é realizado em unidades sanitárias da Cidade de Maputo, sendo que cada teste negativo custa 1.500,00 Meticais. Os principais clientes, revela a fonte, são os cidadãos que desejam viajar para o exterior, assim como os que querem comprovar a sua recuperação da doença.
“Recentemente, o Governo canadiano decidiu banir certificados negativos de testes moleculares do novo coronavírus obtidos em mais de meia dúzia de países africanos, incluindo Moçambique. A rejeição destes testes de Covid-19 por aquele Governo, realizados no território nacional (e outros países africanos), teve várias interpretações, contudo, verificou-se que não há confiança na capacidade dos países africanos de realizar testes íntegros”, refere o documento.
CIP fala de testes tão autênticos, quanto os verdadeiros. “A única diferença é que, quem opta pelos certificados falsos não precisa realizar o teste de colecta de amostras laboratoriais. Basta que se conheça alguém que introduza um potencial cliente na rede de falsificação, contactar um membro da rede por chamada telefónica, mandar o valor por Mpesa e, após 24 horas, o teste negativo já estará disponível para o levantamento”, revela a fonte.
Refira-se que, em princípios deste ano, “Carta” noticiou a existência de uma rede que se dedica à venda de testes negativos da Covid-19, no Instituto Nacional de Saúde, ao preço de 3.000 a 3.500 Meticais. (Marta Afonso)