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quinta-feira, 09 dezembro 2021 07:14

Clinicare diz não ter sido notificada ainda para esclarecer alegado resultado falso de Ângela Leão

Vinte e quatro (24) horas depois de o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ter dito, em alto e bom som, que os resultados do exame realizado à Ângela Leão, no Hospital Geral de Mavalane, contrariam o obtido pela clínica privada Clinicare, a direcção da instituição emitiu, nesta quarta-feira, um comunicado de imprensa, no qual afirma ainda não ter sido notificada pelas autoridades para esclarecer a situação.

 

Na nota a que “Carta” teve acesso, a Clinicare não avança qualquer informação em torno do real estado clínico de Ângela Leão, limitando-se apenas a considerar “inverdades” as informações avançadas pela comunicação social, pelo que irá tomar todas as diligências para salvaguardar a sua integridade e imagem, assim como dos seus profissionais.

 

“Não foi, até ao momento, a Clinicare notificada de qualquer processo referente ao assunto em tela, pelo que a mesma reservará a esse fórum, dentro do quadro legal vigente, a clarificação cabal de tudo quanto se lhe seja questionado, que, como não é difícil de se alcançar do processo clínico, se distancia e muito do que vem sendo veiculado sem qualquer originalidade”.

 

Em causa, lembre-se, está o facto de o Hospital Geral de Mavalane ter concluído que Ângela Leão, arguida do processo das “dívidas ocultas”, não sofria de qualquer problema no crânio, contrariando o laudo médico emitido pela Clinicare, que diz ter diagnosticado um traumatismo craniano grave. A informação foi avançada na última terça-feira, pelo juiz da causa, Efigénio José Baptista.

 

No seu comunicado de imprensa de uma página, a Clinicare refere que Ângela Leão é paciente daquela clínica há vários anos, pelo que tem um processo aberto e com todo o histórico do seu estado clínico, “o que torna ainda mais inusitadas as informações e abordagens que aqui são repudiadas”.

 

“Neste contexto, não pode, igualmente, deixar, a Clinicare, de repudiar os pronunciamentos que entende terem sido precipitados por parte do Bastonário da Ordem dos Médicos que, sem revestirem sentido didáctico e em violação do precedente primário do direito ao contraditório, contribuíram e adensaram a difusão de notícias e julgamento público, sem qualquer base probatória e distantes da verdade”, acrescenta a fonte.

 

Refira-se que, em entrevista à STV, o Bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, Gilberto Manhiça, disse haver espaço para responsabilização do médico, assim como da Clinicare, mas que a mesma carecia de uma reclamação por parte das autoridades.

 

Sublinhar que, caso o terceiro exame a ser realizado confirme o resultado obtido no Hospital Geral de Mavalane, Ângela Leão, a Clinicare e o médico que assinou o laudo médico serão processados criminalmente pelo Estado moçambicano. (Carta)

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