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segunda-feira, 06 dezembro 2021 04:29

Presidente eleito do terceiro partido moçambicano defende fim da bipolarização política do país

Lutero Simango, eleito hoje presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido moçambicano, defendeu hoje o fim da “bipolarização” política no país, assinalando que a sua organização é pela “inclusão".

 

“O nosso movimento tem sido uma grande escola da democracia, somos os promotores da inclusão, somos um partido político que quebrou a bipolarização em Moçambique”, afirmou Simango.

 

O novo presidente do MDM falava na sua primeira declaração após ser eleito na corrida à liderança do partido, com 87,9% de votos, durante o terceiro congresso da organização, que decorre na cidade da Beira, capital da província de Sofala, centro do país.

 

Ressalvando que hoje é dia de celebração e não de discursos, Lutero Simango observou que a reunião magna do MDM tem sido um exemplo de democracia, tendo permitido a liberdade de expressão e de voto nas eleições que decorreram hoje.

 

“Somos o primeiro partido [em Moçambique] que desenvolveu uma campanha interna para a presidência, com muita abertura e uma transparência total”, enfatizou.

 

Desde a sua criação em 2009, o MDM tem assumido como uma das suas missões quebrar a bipolarização da vida política do país, que tem sido dominada pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder há mais de 46 anos, e pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

 

Silvério Ronguane, candidato derrotado nas eleições de hoje no MDM, considerou “maravilhoso o resultado” de 9,9% de votação que conseguiu, defendendo que tem legitimidade para ser oposição interna a Lutero Simango.

 

“Estou agora disponível para liderar a oposição dentro do partido MDM, na minha qualidade de segundo candidato mais votado, os ideais que nós estamos a defender continuam de pé”, declarou.

 

Vasco Abrão, mandatário da candidatura do secretário-geral do partido, José Domingos, que desistiu da corrida, afirmou que os ideais que nortearam a criação da organização continuam e são um motivo de esperança para os moçambicanos.

 

“O povo moçambicano que ainda continua a confiar no partido e merece respeito e a melhor maneira de o respeitar é garantir que o MDM continue a ser aquele partido da esperança. Nada muda, continuamos a ser do MDM  e a trabalhar pelos ideais do MDM”, declarou Abrão.

 

O terceiro congresso do terceiro maior partido moçambicano elegeu ainda 84 novos membros do Conselho Nacional, o órgão mais importante da organização no intervalo entre congressos.

 

Lutero Simango, engenheiro de formação, vai suceder ao seu irmão mais novo Daviz Simango, que morreu em fevereiro, e que foi o único presidente daquela força política desde a sua criação, em 2009.

 

O MDM governa o município da Beira, segunda maior cidade do país, e tem seis deputados na AR.

 

A Frelimo detém uma maioria qualificada de 184 dos 250 assentos e a RENAMO controla 60 lugares.(Lusa)

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