O Balanço do Plano Económico e Social referente ao primeiro semestre de 2021 revela que a apreciação da moeda nacional, o Metical, não foi totalmente benéfica para a economia nacional. É que, de acordo com o informe do Governo, o facto impactou na redução do crédito às empresas, no primeiro semestre.
Durante o período em análise, face ao Dólar norte-americano (USD), o Metical (MZN) registou uma apreciação ao ser transaccionada ao câmbio de 62.4MZN/USD, em média, no mês de Junho, contra 74.5 MZN/USD registado no mês de Dezembro de 2020.
“Entre Dezembro de 2020 e Maio de 2021, o saldo do crédito à economia em moeda nacional e estrangeira reduziu em 3,208 milhões de Meticais (1.2%), resultante do decréscimo da componente em moeda estrangeira em 12,486 milhões, reflectindo o impacto cambial da apreciação do Metical”, refere o documento.
Disponibilizado recentemente pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF) em site oficial, o informe detalha que, em termos de sectores institucionais, a maior queda do crédito observou-se no sector privado, cujo crédito diminuiu em 6,003 milhões de Meticais, reflectindo, em parte, os saneamentos de créditos vencidos efectuados pelos bancos. “Entretanto, em termos anuais, o crédito à economia expandiu em 6.3%, com realce para a componente em moeda nacional que cresceu em 10.7%”, sublinha o documento.
A análise do crédito feita pelo MEF, por sectores de actividade, mostra que, de Dezembro de 2020 a Maio de 2021, com a excepção dos sectores de electricidade, gás e água e os particulares, os restantes registaram fluxos negativos, com realce para os sectores de construção e obras públicas (-2,146 milhões de Meticais), indústria transformadora (-2,068 milhões de Meticais), comércio e indústria extractiva, com fluxos de (-1,393 milhões) e (-1,153 milhões de Meticais), respectivamente.
A nossa fonte revela ainda que se, por um lado, o crédito baixou no último semestre, por outro, a taxa de juro média ponderada de novos empréstimos incrementou no mercado a retalho, de 16.9% em Dezembro de 2020 para 21.4% em Maio de 2021, reflectindo a queda do volume de crédito dada a deterioração das condições creditícias. No período em análise, o MEF constatou ainda que a taxa de juro média de depósitos a prazo aumentou, ao passar de 6.7% para 7.9%. (Evaristo Chilingue)