Dos 16 países que constituem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apenas cinco (excluindo Moçambique) é que integram a Força em Estado de Alerta da região, mandatada para apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) do nosso país, no combate aos ataques terroristas, que duram há quase quatro anos e que já dizimaram mais de 2.000 pessoas e causaram mais de 817 mil deslocados.
De acordo com as informações avançadas pela Presidência da República de Moçambique, no último domingo, e confirmadas esta segunda-feira durante o lançamento da missão da SADC em Cabo Delgado, apenas a África do Sul, Botswana, Angola, Lesotho e Tanzânia é que enviaram seus homens para as matas da província de Cabo Delgado.
Os restantes Estados-membros não enviaram, até ao momento, nenhum homem para palmilhar cada milímetro dos distritos afectados pelos ataques terroristas. São eles: Comores, República Democrática do Congo, Eswatini, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Namíbia, Seychelles, Zâmbia e Zimbabwe. Aliás, Malawi e Zimbabwe apenas enviaram um perito cada para as missões de coordenação.
Oficialmente, são desconhecidas as razões para a ausência destes países nesta missão, que é descrita pelo Presidente do Botswana e do Órgão para a Cooperação na Área da Defesa e Segurança da SADC, como a primeira missão militar “posta em prática na região”.
Entretanto, em surdina, várias razões têm sido evocadas para a ausência de muitos países ou mesmo para o envio de tropas minoritárias, destacando-se as razões financeiras, tendo em conta que cada país custeia as despesas da sua força. Porém, há países que optaram por outras formas de apoio, como é o Zimbabwe, que vai enviar 304 soldados para treinar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) para aumentar a sua capacidade de combate ao terrorismo.
As tropas do Malawi (Malawi Defence Force) foram rejeitadas pela SADC, enquanto as da República Democrática do Congo também estão a combater os ataques terroristas naquele país, que duram há mais de cinco anos.
Refira-se que, para além das tropas da SADC, as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique contam com o apoio das tropas ruandesas, que em 30 dias de combate já recuperaram a vila do distrito de Mocímboa da Praia, que se encontrava nas mãos dos terroristas desde Agosto de 2020. (A.M.)