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Actualizado de Segunda a Sexta

terça-feira, 10 agosto 2021 06:16

Missão da SADC em Cabo Delgado inicia com 738 soldados e 19 peritos

Já se encontra nas matas da província de Cabo Delgado a Força em Estado de Alerta da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), mandatada pelos Estados-membros da organização regional para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo.

 

O lançamento oficial da missão teve lugar na manhã desta segunda-feira, na cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, tendo contado com a participação do Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, na qualidade de Presidente em exercício da SADC, e do Presidente do Botswana, Mokgweetsi Masisi, na qualidade de Presidente do Órgão para a Cooperação na Área de Política, Defesa e Segurança.

 

Dados avançados durante a cerimónia de lançamento da missão indicam que a intervenção militar da SADC em Cabo Delgado vai dar o seu pontapé de saída com um contingente de 738 homens e 19 peritos, sendo que a vizinha Tanzânia apresenta o maior número de elementos (277), entre pessoal do combate, administrativos e peritos.

 

De acordo com as informações avançadas ontem, a vizinha África do Sul, que lidera as tropas, irá iniciar a sua intervenção com um contingente de 270 homens, das forças terrestre, naval e aérea.

 

A Angola contará, nesta primeira fase, com 16 homens, que serão responsáveis pelo transporte aéreo, comando e controlo aéreo. O Botswana, que já perdeu um soldado vítima de acidente de viação na terceira maior baía do mundo, vai contar com 108 elementos, que integram as forças terrestre, aérea, inteligência aérea, logística, engenharia e comunicações.

 

Já a Tanzânia mobilizou 274 elementos para o terreno, integrando as forças terrestre e naval, o hospital de campanha e o pessoal administrativo. Enquanto isso, o Lesotho contará apenas com a força terrestre, constituída por 70 elementos.

 

Moçambique lidera a equipa de peritos

 

No que tange aos mecanismos de coordenação, a missão da SADC contará com 19 peritos, dos quais seis são moçambicanos e três são da Tanzânia. Os restantes peritos são provenientes de Angola (dois), Botswana (dois), Lesotho (um), Malawi (um), África do Sul (dois), Zimbabwe (um) e do Secretariado da SADC (um).

 

No seu discurso de ocasião, o Chefe de Estado moçambicano garantiu não haver espaço para haver descoordenação entre as diferentes forças que integram a missão regional responsável por erradicar o terrorismo em Moçambique.

 

“As forças já garantiram que vão trabalhar em sintonia. Não há lugar para descoordenação. Apelamos, mais uma vez, às forças aqui perfiladas para maior coordenação, comunicação, disciplina e respeito pela vida humana. Reforcem as vossas relações com as populações através da ajuda humanitária, sempre que for possível dar”, disse Filipe Nyusi.

 

Já o Presidente do Botswana e do Órgão para a Cooperação na Área da Defesa e Segurança da SADC entende ser a primeira missão militar “posta em prática na região”.

 

Por seu turno, o Comandante da Força em Estado de Alerta, o sul-africano Xolani Mankayi, garantiu que a missão irá “apoiar o país irmão Moçambique a neutralizar e estancar a crueldade do terrorismo”.

 

Refira-se que a missão da SADC foi aprovada em Maputo no passado dia 23 de Junho, durante a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e do Governo da região, e tem a missão de erradicar o terrorismo na província de Cabo Delgado, que já matou mais de duas mil pessoas e provocou mais de 817 mil deslocados.

 

Sublinhar que a proposta da Missão Técnica da SADC prevê uma Força regional de 3.000 homens, sendo 1.860 militares de três batalhões de infantaria ligeira, 140 de duas unidades de forças especiais, 120 de uma equipa de comunicações e 100 homens para as unidades de engenharia militar e logística cada. A África do Sul destacou para toda a missão um contingente de 1.495 homens, Botswana 296 e Angola 20 homens. (A.M.)

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