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quinta-feira, 13 maio 2021 07:26

Empresa de Mobiliário e Lacagem expulsa trabalhadores após contraírem Covid-19

Na semana finda, um grupo de ex-trabalhadores da empresa de Mobiliário e Lacagem (MCM), localizada no talhão 20, parcela 728, no bairro da Matola Fomento, no Município da Matola, província de Maputo, procuraram o nosso jornal para denunciar aquilo que chamam de irregularidades perpetradas pelo seu antigo patronato, que culminam em demissões sem justa causa.

 

Entre as irregularidades, afirmam os queixosos, está a obrigação de trabalharem mesmo infectados pelo novo coronavírus, a existência de estrangeiros sem o Documento de Identificação de Residência para Estrangeiros (DIRE) e a falta de condições adequadas para a execução das tarefas.

 

Entretanto, o ponto mais alto da turbulenta relação laboral entre os trabalhadores da MCM e o seu respectivo patronato foi a demissão de dois funcionários após estes contraírem o novo coronavírus. A primeira vítima, dizem os denunciantes, foi um trabalhador que ficou infectado pelo novo coronavírus, em Dezembro último, tendo permanecido em isolamento domiciliar durante 20 dias. Na altura, o proprietário da empresa encontrava-se em Portugal, tendo tomado conhecimento da situação, através de uma chamada telefónica. Ao tomar conhecimento, contam os queixosos, o proprietário da MCM ordenou que o referido funcionário fosse despedido, algo que se concretizou 11 dias depois deste ter retomado às actividades.

 

A segunda vítima, contam as fontes, foi demitida a 05 de Março deste ano, após cumprir o isolamento domiciliar. Os queixosos apresentaram à “Carta” os Atestados Médicos emitidos pelo Hospital Geral José Macamo, a 18 de Fevereiro, e pelo Serviço Nacional de Saúde, a 03 de Março, indicando que a vítima tinha sido infectada pela Covid-19.

 

Aliás, as fontes suspeitam que a segunda vítima tenha sido infectada pelo seu patrão, pois, no seu regresso de Portugal, não cumpriu o período de 14 dias de quarentena obrigatória.

 

“Neste momento, existem dois colegas que contraíram Covid-19 e estão em casa, mas temos a certeza absoluta que, assim que eles regressarem, já não terão seus empregos porque aquele patronato não admite faltas”, acrescentam.

 

No entanto, sem explicar os motivos, os queixosos dizem não ter denunciado o caso às autoridades nacionais, supostamente porque não confiam na justiça moçambicana.

 

MCM desmente as acusações

 

“Carta” contactou o proprietário da empresa, José Carlos, que tratou imediatamente de desmentir todas as acusações. Afirma que nunca teve qualquer trabalhador infectado pela Covid-19 e que a sua empresa criou todas as condições necessárias para a execução das tarefas.

 

“Todas essas denúncias não devem ser da minha empresa. Eu nunca mandei embora a ninguém. Muito pelo contrário, admito mais pessoas e, neste momento, estou a precisar de mais pessoal que queira trabalhar”, referiu. (Marta Afonso)

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