O presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, apelou hoje a uma "ação regional e internacional urgente e coordenada", em resposta à "ameaça à segurança comum" causada pelo "terrorismo internacional" em Cabo Delgado, Moçambique.
Em nota enviada à Lusa, Mahamat condena “nos termos mais fortes” os ataques terroristas em Cabo Delgado e a violência recente na vila de Palma, manifestando “extrema preocupação com a presença de grupos terroristas internacionais a operar na África Austral”.
O presidente da Comissão da UA apela ainda a “uma ação regional e internacional urgente e coordenada para enfrentar esta nova ameaça à segurança comum” dos países da região.
“A Comissão da União Africana, através dos seus órgãos competentes, está pronta a apoiar a região e os seus mecanismos para enfrentar conjuntamente esta ameaça urgente à paz e segurança regional e continental”, adianta.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no passado dia 24, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia e a cerca de 25 quilómetros do projeto de gás natural da multinacional Total. (Lusa)