Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

quarta-feira, 31 março 2021 03:14

Invasão a Palma: Nova Democracia questiona silêncio de Nyusi

O ataque à vila-sede do distrito de Palma, na passada quarta-feira, continua a merecer diversas reacções. De quase todas as partes do mundo continuam a chegar mensagens de repúdio à barbárie que se vive naquela região do país, assim como mensagens de conforto às vítimas do terrorismo.

 

Entretanto, entre as diversas reacções ainda não se ouviu a do Chefe de Estado moçambicano. O silêncio de Filipe Jacinto Nyusi em torno do ambiente que se vive na sede distrital de Palma, sete dias após a ocorrência, está a causar muita preocupação, havendo já críticas em relação à sua postura.

 

Uma das críticas vem da Nova Democracia (ND), uma formação política fundada em 2019, que considera Nyusi “um Presidente demissionário”. A Nova Democracia questiona “como se explica que o Presidente da República não fale à Nação sob uma tragédia como esta?”, numa altura em que os terroristas ameaçam tomar o distrito, onde ocorre o maior projecto de gás natural em África.

 

“Acentua-se a situação de um Presidente demissionário e se confirma que temos ministros, mas não temos Governo. O vazio é total!”, afirma aquela formação política, em nota de imprensa enviada à “Carta”, na qual considera haver uma “arrogância crescente” e um “cinismo político”.

 

Para a Nova Democracia, um Governo que falha em proteger os seus cidadãos é, por consequência, “um Governo que se prova incapaz e infiel”, pelo que, “denunciamos esta demissão colectiva do Governo que se esquece de que, pela resposta atempada da inteligência e pela inclusão sócio-económica, é que se vence este tamanho sofrimento de todo um povo”.

 

A formação política liderada por Salomão Muchanga classifica de “horrível” a situação que se vive nos nove distritos afectados pelo terrorismo na província de Cabo Delgado e entende que a barbárie “prospera a mercê de discursos triunfalistas”, propalados pelo Governo.

 

Refira-se que desde a passada quarta-feira que a vila-sede do distrito de Palma, onde está a ser desenvolvido o maior projecto de liquefacção de gás natural, em África, encontra-se sitiada, com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) a tentarem, a todo o custo, impedir a ocupação daquela vila-sede pelos terroristas. Até ontem, não era possível estabelecer comunicação, por voz ou dados, com a vila de Palma. (Carta)

Sir Motors

Ler 1847 vezes