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Actualizado de Segunda a Sexta

sábado, 27 março 2021 16:22

Ninguém morreu no “Amurula” - fonte oficial

Ninguém morreu no hotel Amarula, como sequência de ataque terrorista, garantiu à “Carta” fonte oficial. Algumas publicações estrangeiras estão a amplificar a informação segundo a qual o Amarula virou de lugar de refúgio (de expatriados, Vips e diferentes locais) para palco de tragédia, por causa de alegadas mortes aquando da saída de um comboio de viatura em evacuação para Afungi.

 

Critica-se uma certa inoperância das FDS na ativação da evacuação, mas não se menciona que os mercenários da DAG mais os operacionais da Total estavam envolvidos nesse processo desde as primeiras horas da incursao jihadista à Palma (na noite de quinta feira), privilegiando a retirada de expatriados e deixando os moçambicanos não residentes para o último momento.

 

Nessa contagem, apenas se refere a essa tragédia por alegadas 7 mortes de estrangeiros, mas não se informa sobre quantos civis moçambicanos foram mortos nesta incursão terrorista a Palma. “Ninguém morreu no Amarula”, garantiu uma fonte oficial, asseverando que os últimos expatriados evacuados de Palma foram “6 britânicos que estavam no farol".  A fonte disse que apenas um homem morreu, um sul africano, "o filho de Craig". As circunstâncias não foram especificadas.

 

Depois de uma aparição na quinta-feira, confirmando o ataque, o Exército sumiu do mapa. De resto, a informação continua escassa. Nossa fonte disse que os combates prosseguiam nas imediações de Palma, com tiroteios escassos.

 

Novas revelações sobre a tática dos insurgentes para entrarem em Palma emergem. A tática implicava concentrar populares numa zona tampão para a sua actuação, à espera que os helicópteros das FDS fossem lá bombardear. Isso não aconteceu. A inteligência militar local descobriu a artimanha.  

 

Desconhece-se a razão por que os jihadistas assaltaram Palma neste momento, dias depois de o Governo e a Total terem renovado sua parceria para a viabilização da Área 1 e poucos dias antes de começarem os desembolsos dos financiadores para o projecto. O ataque a Palma, por si só, não chega para interromper o projecto da Área 1, disse uma fonte da indústria. Palma tem o contributo logístico que a estrada proporciona, mas que o mar pode substituir. E isso vai acontecer nos próximos tempos.

 

Seja como for, depois deste ataque a Palma, aumentaram as especulações segundo as quais a Total vai se retirar, tal como aconteceu em janeiro de 2021. A nossa fonte disse que é pouco provável que isso aconteça, admitindo porém a possibilidade de a Total vir a exigir uma revisão dos planos de segurança, que foram anunciados na manhã desta quarta-feira, horas antes do assalto.

 

Até quando Palma permanecerá sitiada? Não se sabe. Nos bastidores alega-se que a incursão jihadista por Palma tinha como objetivo desanuviar o aperto militar no cerco sob Mocímboa da Praia (ainda nas maos dos terrorits, para permir que o tráfico de flua. Na passada terça-feira, a Polícia moçambicana apreendeu cerca de 360 kgs de heroína e mentafentamina. Supõe-se que o destino dessa droga eram as bases terroristas em Cabo Delgado. (M.Mosse)

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