Manteigas disse que trata-se de um procedimento normal do partido recorrer nas instituições legais sempre que é prejudicado, e que os relatórios e as provas reunidas pelas ONG’s servem de suporte para a argumentação do recurso em busca da vontade popular. As eleições de Marromeu contaram com a participação de 20.207 eleitores. Após a votação no dia 22 de Novembro, a CDE e a Polícia da República de Moçambique (PRM) assaltaram os postos de votação recolhendo todo o material eleitoral e desaparecendo dos locais oficiais para contagem e posterior apuramento.
Refira-se que a contagem efectuada pela CDE não contou com nenhum representante dos partidos da oposição, conforme um relatório de organizações da sociedade civil presentes em Marromeu. Para observadores nacionais e internacionais, as eleições de Marromeu foram uma “autêntica vergonha”. Na óptica de Joseph Hanlon, jornalista e editor do Boletim do Processo Político de Moçambique, publicado pelo CIP, houve “votos fantasmas que garantiram a vitória da Frelimo em Marromeu”. Hanlon escreve que a CDE fabricou 2406 votos fantasmas, assim como retirou 1113 votos da Renamo. Mas os dados da CDE apontam que a Frelimo obteve 9143 votos, equivalente a 48%. Já a Renamo obteve 8371 votos correspondentes a 44% e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) amealhou 1431 votos, proporcional a 8%.
O EISA e outras organizações afirmam que das 39 mesas que estiveram em disputa em Marromeu, a Renamo ganhou com 9484 votos similar a 57 porcento. A Frelimo ficou em segundo com 5828 votos correspondente a 35 porcento e o MDM na terceira posição com 1266 votos equivalente a 8 porcento. Os observadores das eleições em Marromeu mostram-se preocupados com a forma de agir dos órgãos eleitorais e da PRM. (Omardine Omar)