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quinta-feira, 25 março 2021 08:26

Terroristas atacam vila de Palma e elevam nível de terror

Numa altura em que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) relatam sucessivos sucessos no Teatro Operacional Norte, cuja missão é aniquilar o grupo terrorista que, há mais de três anos, causa terror e luto em nove distritos da província de Cabo Delgado, os insurgentes voltam a colocar a prova o discurso triunfalista.

 

Esta quarta-feira, em plena luz do dia, o grupo denominado Estado Islâmico do Iraque e Síria (ISIS-Moçambique) – tal como o apelida os Estados Unidos da América – atacou a vila-sede do distrito de Palma, a quase 25 Km da Península de Afungi, onde está sendo desenvolvido um dos maiores projectos de exploração de gás natural do mundo.

 

O ataque, tal como avançam as fontes, começou por volta as 16:00 horas, tendo sido alvos as instâncias hoteleiras, centros comerciais, serviços bancários e o quartel da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), uma das sub-unidades da Polícia da República de Moçambique (PRM). O mesmo cessou quase na madrugada de hoje, quando as FDS tomaram de novo o controlo da vila.

 

Ainda escasseiam detalhes em torno dos estragos provocados pelo ataque, devido às deficiências na comunicação (fala-se da sabotagem na rede de comunicação), porém, as fontes asseguram que a população não era o principal alvo do grupo. Aliás, após os primeiros disparos, assistiu-se à habitual fuga, em debandada, da população a procura de esconderijos.

 

O ataque, refira-se, acontece no mesmo dia em que o Governo e a Total anunciaram o regresso das actividades de construção da Fábrica de Liquefação do Gás Natural, interrompidas no princípio deste ano, após um ataque terrorista à aldeia de reassentamento de Quitunda, junto ao projecto liderado pela Total, ocorrido no dia 01 de Janeiro.

 

Sublinhar que, de modo a garantir segurança no local, as FDS criaram um grupo especial, denominado “Teatro Operacional de Afungi”, constituído pelas diversas especialidades da PRM e das FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique).

 

MDN confirma ataque

 

Esta manhã, em conferência de imprensa, o Ministério da Defesa Nacional confirmou a ocorrência do ataque. Segundo o Coronel Omar Nala Saranga, os terroristas atacaram a vila de Palma em três direcções, nomeadamente, pelo cruzamento de Pundanhar, Manguna; Vila Nhica do Rovuma; e pelo Aeródromo de Palma.

 

De acordo com o MDN, ainda não há informações sobre vítimas mortais e muito menos sobre os danos causados, pois, “a vila e o distrito de Palma encontram-se, neste momento, com as comunicações, por via móvel, interrompidas”.

 

“As Forças de Defesa e Segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e ordem com a maior rapidez”, diz Saranga, apelando a população a se manter vigilante, enquanto procuram os espaços seguros. 

 

Refira-se que a vila de Palma entra, assim, na lista das sedes distritais já atacadas pelos terroristas, depois das vilas de Mocímboa da Praia, Quissanga e Macomia. Sublinhe-se que a vila-sede de Mocímboa da Praia, incluindo o seu porto estratégico, continuam sob gestão dos terroristas, desde Agosto de 2020. (Carta)

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