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quinta-feira, 07 janeiro 2021 06:09

“Tête-à-tête” entre Governo e Junta Militar da Renamo: Manzoni fala em “ambiente propício ao diálogo”

O Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Manzoni, disse esta quarta-feira haver um ambiente propício para o diálogo entre o Governo de Filipe Nyusi e a auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nyongo.

 

O cessar-fogo unilateral anunciado por Filipe Nyusi, em Outubro, bem como o de Dezembro último anunciado por Nyongo abrem perspectivas para o diálogo entre as partes – anotou Manzoni.

 

Para Manzoni, a trégua unilateral anunciada pelo líder da Junta Militar da Renamo, além de demonstrar a importância da paz, expressa o desejo de pôr fim ao conflito nas províncias de Manica e Sofala, região centro do país. 

 

“Sentimo-nos encorajados pelo cessar-fogo unilateral anunciado pela Junta Militar da Renamo (JMR) a 23 de Dezembro de 2020. É uma clara demonstração da importância atribuída à paz e do seu desejo de pôr fim ao conflito no Centro de Moçambique. Acreditamos que existe um ambiente propício ao diálogo com o Presidente Nyusi, tendo já anunciado um período de trégua de sete dias no final de Outubro, um sinal de boa vontade e empenho na resolução de problemas através de meios pacíficos”, refere a nota de imprensa partilhada, esta quarta-feira, por Mirko Manzoni.

 

O Presidente do Grupo de Contacto anotou, igualmente, que a trégua decretada pelas partes representa “um progresso concreto”, assinalando, de seguida, que todos os esforços tendo em vista o diálogo com uma delegação da Junta Militar da Renamo serão apoiados.

 

Em finais de Outubro, Filipe Nyusi anunciou a trégua de sete dias, período no qual mostrou abertura para iniciar conversações com Mariano Nyongo. Nyusi dissera, na altura, que ordenara às FDS a cessarem a perseguição aos elementos da Junta Militar da Renamo. Entretanto, o cessar-fogo unilateral não produziu qualquer resultado concreto, alegadamente porque, tal como defendeu Mariano Nyongo, à data, as FDS não pararam de perseguir os seus homens.

 

No passado dia 23 de Dezembro, foi a vez de Mariano Nyongo declarar um cessar-fogo unilateral e, em simultâneo, a sua total disponibilidade para negociar com o Governo moçambicano. À data, Nyongo disse ainda que enviaria uma equipa a Maputo para iniciar o diálogo com o Executivo. No entanto, desde o anúncio a esta parte, não se conhece qualquer desenvolvimento. (Carta)

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