O governo do Malawi destacou 997 polícias e 772 soldados, como vigilantes, para garantir a máxima segurança dos exames escolares. Esta é a resposta governamental à considerada "podridão" do sistema de educação, naquele país vizinho.
Os soldados e polícias foram mobilizados para escoltar as provas para os locais onde as mesmas serão armazenadas e para garantir a sua respectiva segurança.Trata-se de uma decisão inédita no país (e em África), para evitar que volte a acontecer o escândalo do desvio de exames que se registou em Novembro do ano passado.
Tal escândalo levou à anulação dos exames e deixou o presidente daquele país, Lazarus Chakwera, em pânico.
Recomposto da crise de nervos, Chakwera decidiu remarcar os novos exames para princípios deste mês. Assim sendo, os novos exames têm início hoje (terça-feira ), à escala nacional.Investigações preliminares indicam que o desvio de exames deveu-se à corrupção e à vulnerabilidade do esquema de produção, armazenamento e transporte dos mesmos, bem como das respectivas fichas de correcção.
Para além dos militares e polícias, também foram mobilizados agentes da Unidade Anti-Corrupção para monitorar o processo. O governo destacou igualmente centenas de agentes dos serviços secretos (NIB) para vigiar os exames. Algumas esquadras malawianas funcionam a meio-gás, uma vez que grande parte dos agentes foram mobilizados para garantir a segurança destes exames.
O presidente do Conselho Nacional de Exames do Malawi (MANEB), Al Mtenje, espera que, com o envolvimento do batalhão das Forças Armadas de Defesa do Malawi e dos 997 polícias, o processo decorra normalmente. Espera ainda que a Unidade Anti-corrupção faça o acompanhamento pontual nos centros de exames para controlar quaisquer eventuais práticas ilícitas.
Por seu turno, o Bureau Nacional de Inteligência (NIB) irá actuar com base em informações sobre eventuais violações das normas de exames.
“Os exames escolares envolvem o futuro de nossos filhos e temos a responsabilidade de estar vigilantes contra quaisquer práticas ilícitas nesse processo, incluindo a trapaça e o vazamento dos mesmos”, disse Mtenje. A Ministra da Educação, Agnes Nyalonje, alertou à população para estar igualmente vigilante contra as tentativas de vazamento dos exames através das redes sociais.
O governo investiu 4,5 biliões de kwachas, cerca de cinco milhões e oitocentos mil dólares, para a realização destes novos exames.Refira-se que um número não-especificado de crianças moçambicanas estuda no Malawi, uma vez que se estima que cinquenta mil moçambicanos residam naquele país. (FI)