Parece haver já luz verde para o início das conversações entre o Governo e a auto-denominada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, com vista a pôr termo aos ataques armados nas províncias de Manica e Sofala, região centro do país.
O sinal foi dado, semana finda, por Mariano Nhongo que, para além de declarar o cessar-fogo unilateral, anunciou a constituição de uma equipa para dialogar com o Governo de Filipe Nyusi. As conversações poderão arrancar ao correr da presente semana.
O líder da auto-proclamada Junta Militar destacou uma delegação composta por cinco elementos, que poderá chegar à capital moçambicana, Maputo, entre hoje (segunda-feira) e quarta-feira para dialogar com a sua contraparte.
A pré-disposição ao diálogo, manifestada por Mariano Nhongo, acontece depois do Presidente da República ter prometido, durante o informe sobre a Situação Geral da Nação, “desencadear operações rigorosas” contra o grupo pelo facto de continuar a protagonizar ataques armados.
Na ocasião, Filipe Nyusi disse, no entanto, que continuava aberta a janela de contacto, tendo em vista o estabelecimento do diálogo.
Entretanto, uma semana depois da comunicação do chefe de Estado, em declarações à DW África, Mariano Nhongo anunciou que ordenara aos seus homens a parar com as incursões armadas. No entanto, Nhongo queixou-se de continuar a ser vítima de perseguições que estavam a ser desencadeadas pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Ainda em declarações ao retromencionado meio de comunicação, Mariano Nhongo sublinhou que o cessar-fogo unilateral é resultado do diálogo que manteve com o enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Mazoni. (Carta)