Continua difícil a relação entre a África Great Wall Mining Development Company, Limitada – companhia de capitais chineses que explora areias pesadas nos distritos de Nicoadala, Chinde e Inhassunge, na província da Zambézia – e as comunidades do distrito de Inhassunge (Olinda, Nhondone, Muahilo, Madango, Chirimane, Macece, Irracamba e de Mucupia), naquela província do centro do país.
Em causa está a falta de condições básicas de sobrevivência, como habitações condignas, escolas, hospitais, vias de acesso e água potável. Os problemas são imputados à África Great Wall Mining Development Company, Limitada, que, na óptica da população, nada faz para desenvolver a região, para além de delapidar a riqueza que a natureza lhes deu.
Os relatos de pobreza e total abandono da população de Inhassunge, por parte da mineradora chinesa, não são novos, porém, os mesmos ganharam uma nova dimensão, com a submissão, no passado dia 26 de Outubro, de uma carta à Assembleia da República, solicitando a intervenção desta para a resolução do problema, que dura há seis anos (a empresa opera desde 2014, explorando uma área total de 16.469.43 hectares).
Na missiva, a que “Carta” teve acesso, a população refere que desde a abertura das minas, em 2014, a sua vida regrediu, pois, teve de perder os seus espaços de cultivo a favor da mineração, para além de que as indemnizações não satisfazem as expectativas da população.
De acordo com os representantes do grupo, o documento foi recebido por seis deputados, da Comissão de Petições, Queixas e Reclamações, que, prontamente, concederam-lhes uma audiência. No final, garantem, os deputados prometeram submeter o problema à Plenária da Assembleia da República para a sua resolução. (O.O.)