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O ataque terrorista, ocorrido no último fim-de-semana, no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, resultou na decapitação de 20 pessoas, todas reportadas na aldeia 24 de Março, que se localiza na zona que faz limite com o distrito de Mueda. Entre as vítimas, estão 15 adolescentes, que participavam de uma cerimónia tradicional dos ritos de iniciação.
Segundo contam as fontes, os adolescentes, todos do sexo masculino, tinham idades compreendidas entre 12 e 15 anos e encontravam-se naquela aldeia há quase três semanas, alguns provenientes do vizinho distrito de Mueda. As outras vítimas mortais, cujas idades não foram avançadas, eram conselheiras dos participantes daquele ritual.
À “Carta”, as fontes explicaram que os ritos de iniciação ocorrem em locais distantes das zonas de proveniência dos participantes, para permitir que estes não abandonem a “formação”, que dura entre um a dois meses. Lembre-se que, nas referidas cerimónias, os adolescentes são submetidos à circuncisão (tradicional), para além de outros ensinamentos sobre regras fundamentais do ser humano (respeito pelo próximo, pela vida, etc.).
Não há detalhes sobre a operação que culminou com a morte daquelas pessoas, sabendo-se apenas que o ataque resultou ainda na destruição de diversas infra-estruturas sociais e económicas, entre públicas e privadas.
Referir que, em Abril último, os terroristas decapitaram, também em Muidumbe, 52 jovens por recusarem se juntar ao grupo, que há três anos vem semeando terror e luto em nove distritos da província de Cabo Delgado. Aliás, até hoje, são desconhecidos os resultados da propalada Comissão de Inquérito, anunciada pelo Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), após o massacre. (O.O.)
