O Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, partilharam, na última quarta-feira, o ponto de situação do processo que tem em vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do maior partido da oposição.
Em comunicado conjunto, as duas lideranças deram a conhecer que 25% dos antigos guerrilheiros da Renamo haviam já sido desmobilizados e reintegrados. Contas feitas, falta por desmobilizar e reintegrar 75% dos guerrilheiros da Renamo.
O processo do DDR prevê, sabe-se, abranger cerca de 5 mil antigos guerrilheiros da Renamo. Desde a retoma do processo, a 04 Junho último, mais 1.000 antigos guerrilheiros foram abrangidos.
“Durante o encontro, foi constatado que 25% do universo de guerrilheiros da Renamo beneficiários do processo de DDR já foi desmobilizado e reintegrado”, refere o comunicado conjunto, divulgado na noite da última quarta-feira.
Na nota recebida pela nossa redacção, Filipe Nyusi e Ossufo Momade deixaram a garantia de continuarem com o processo de DDR, respeitando os prazos estabelecidos para sua conclusão.
Lembre-se, em Setembro último, durante uma palestra na Universidade Maputo, o enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente do Grupo de Contacto, Mirko Mazini, apontou “finais do próximo ano” como data para a conclusão do processo de DDR.
“Os dois dirigentes renovaram o seu compromisso de continuar o processo de DDR, com sucesso, dentro dos prazos estabelecidos”, diz o documento.
Entretanto, aquando da celebração da passagem de mais um aniversário da Independência Nacional, isto no passado dia 25 de Junho, Filipe Nyusi anunciara que a conclusão do processo de DDR estava prevista para Julho de 2021.
O DDR tem, desde a sua retoma, em Junho último, decorrido de forma faseada devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, isto com intuito de reduzir o risco de contaminação e propagação da doença no país.
Ainda na nota, os dois líderes dizem-se satisfeitos pelo encerramento das bases de Inhaminga, Cheringoma, Chemba e Marínguè. “Acolheram, com muita satisfação, a informação que dá conta de que as bases da RENAMO em Inhaminga, Cheringoma, Chemba e Marínguè estarão encerradas até ao dia 21 de Outubro de 2020”, refere a nota.
Os relatos de perseguição, sequestros e assassinatos de membros da Renamo foi tema incontornável do “tete-a-tete”. Os dirigentes acordaram a criação de uma equipa conjunta para averiguar as denúncias. Ainda houve espaço para condenar os ataques que vêm sendo perpetrados pelo movimento dissidente, a auto-proclamada Junta Militar, liderada por General Mariano Nhongo.
“No encontro, além de condenar os ataques à população inocente, no centro do país, o Chefe do Estado e o Presidente da Renamo decidiram averiguar os relatos sobre perseguições, sequestros e assassinatos de membros da Renamo, através de uma equipa conjunta”, anotaram. (Carta)