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quinta-feira, 22 outubro 2020 04:47

Ngunga admite ter-se menosprezado os ataques em Cabo Delgado: “Parecia ser uma acção que poderia ser ultrapassada em pouco tempo”

Não é um “detractor” da governação do dia (membros dos partidos da oposição ou das organizações da sociedade civil) que o diz. É um membro sénior do partido no poder. Armindo Ngunga, ex-Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano e actual Secretário de Estado na província de Cabo Delgado, admite ter-se menosprezado os ataques terroristas que ocorrem naquele ponto do país.

 

Falando esta terça-feira a jornalistas, na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, Ngunga afirmou que as primeiras manifestações do terrorismo, em 2017, pareciam fáceis de combater, por isso, as acções eram consideradas de malfeitores.

 

“Aquilo parecia ser uma acção que, eventualmente, poderia ser ultrapassada em pouco tempo. Por isso, é que nós, nessa altura, chamamos esses sujeitos de malfeitores. Eles têm estado a crescer em termos de actuação, o que nos preocupa, sobretudo, no requinte com que realizam as suas acçõs macabras”, afirmou o governante.

 

Segundo o Secretário de Estado da província de Cabo Delgado, a situação começou a piorar a partir de Março, quando o grupo começou a atacar as sedes distritais. Sublinhou que, apesar da intensificação das operações de combate por parte das Forças de Defesa e Segurança (FDS), as populações continuam a abandonar as suas zonas de origem em busca de melhores condições de segurança.

 

Refira-se que, desde o último fim-de-semana, que a cidade de Pemba testemunha uma “avalanche” de barcos, provenientes das áreas afectadas. Estima-se que mais de 90 barcos tenham atracado em Pemba, transportado mais de 3.000 pessoas. No total, mais de 350 mil pessoas já deixaram as suas casas (transformadas em muralhas) com destino às “terras seguras”, em particular a cidade de Pemba e o distrito de Mueda. (Carta)

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