O Movimento Democrático de Moçambique, (MDM) terceira força política no parlamento moçambicano, alegou estar a ser alvo de violência política em diferentes pontos do país por parte do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
"Já são 45 anos de país independente, mas as mentes dos membros do partido no poder continuam agindo de forma intimidatória e criminosa contra os seus opositores políticos", disse Sande Carmona, porta-voz daquela formação política, em conferência de imprensa, na cidade da Beira.
De acordo com aquele responsável, o MDM tem sofrido atos de vandalização protagonizados por "indivíduos influentes" do partido no poder.
Os mais recentes episódios de intolerância política aconteceram na madrugada de sexta-feira, no distrito de Mabote, província de Inhambane (sul do país), onde indivíduos ligados ao partido no poder vandalizaram a viatura do MDM, que na altura transportava uma brigada de trabalho encabeçada pelo respetivo delegado político provincial.
"Os indivíduos destruíram os quatro pneus da viatura e partiram os vidros", descreveu.
Na mesma manhã, um grupo de jovens da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), estrutura da Frelimo, acamparam no povoado de Macuácua, no limite entre os distritos de Mabote e Funhalouro, "empunhando pedras, estacas e outros objetos contundentes com o intuito de atacar a brigada do MDM", frisou.
Apesar de todas as queixas apresentadas pelo MDM às autoridades policiais, nenhum caso foi esclarecido, nem houve suspeitos detidos devido aos atos de vandalismo em sedes e em material do partido, concluiu.
Em contacto com a Lusa, a Frelimo distanciou-se das acusações do MDM, sugerindo que a terceira força politica moçambicana recorra aos órgãos de justiça para o esclarecimento caso.
"Essa não é a nossa linha de orientação, não foram nossos membros que fizeram isso. A Frelimo é um partido de paz. Não está entre as nossas intenções perturbar o trabalho de qualquer partido que esteja no terreno", afirmou o porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse.(Lusa)