O Inspector-geral do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Obete Matine, diz haver esquemas de corrupção que levam a Polícia a encobrir o garimpo ilegal no país. Para além da Polícia, Matine diz ainda haver funcionários do Ministério envolvidos na exploração ilegal de recursos minerais.
“O exemplo concreto é que tivemos um técnico do Ministério dos Recursos Minerais e Energia envolvido no esquema de tráfico de pedras de Nhamatanda para Maputo. Essa questão não é apenas de uma instituição, é válida para várias outras, da mesma maneira que quando chegamos em áreas de mineração artesanal e ilegal, encontramos algumas pessoas da Polícia que protegem essa área”, afirmou, em declarações à Rádio Moçambique.
Como forma de acabar com o problema, Matine disse, semana finda, ser urgente combater o tráfico de produtos minerais, um mal que, no seu entender, envolve corrupção, crimes transfronteiriço, contrabando e provoca guerras, como tem acontecido em vários países ricos em recursos minerais.
Para o Inspector-geral do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, a introdução de scâneres nas Salas VIP dos aeroportos é outra medida que deve ser tomada para combater o tráfico de produtos minerais no país.
“É uma mensagem cujo controlo toda a pessoa honesta estimula. Eu próprio, Inspector-geral, sou controlado por onde ando. E eu acredito que todas as pessoas que são líderes, lideram por exemplo e não têm medo do controlo ou do estímulo ao controlo para a protecção dos recursos minerais no país”, afirmou Obete.
Com vista a desencorajar a extracção e venda ilegal de pedras preciosas, a Inspecção-geral dos Recursos Minerais e Energia tem também estado a fazer apreensões dos minérios e posterior venda em hasta pública. Na última sexta-feira (24), abateu 3.5 mil kg de diferentes minérios em Quelimane, uma operação que, conforme “Carta” apurou, resultou no encaixe de pouco mais de 600 mil Meticais aos cofres do Estado. (Evaristo Chilingue)