Tudo indica que o processo que deve culminar com o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens da Renamo está, finalmente, devidamente encaminhado. É que, desde a retomada, a 04 de Junho findo, 554 ex-guerrilheiros daquele que é o maior partido da oposição procederam à entrega das suas respectivas armas e, seguidamente, passaram à vida civil.
O último grupo a juntar-se ao processo é o desmobilizado em Muxúnguè, distrito de Chibabava, província de Sofala. Naquele ponto do país, foram desmobilizados 251 homens da força residual daquela formação político-partidária, simbolizada pelo encerramento de mais uma base, no caso a segunda desde que o processo foi retomado.
O grupo de ex-guerrilheiros desmobilizado em Muxúnguè junta-se aos outros 303 que já foram abrangidos no âmbito do DDR. Na ocasião, entregaram as suas armas e receberam roupa, material de construção e valores monetários que variam de acordo com a patente de cada um.
O DDR, que resulta dos entendimentos alcançados entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e líder da Renamo, Ossufo Momade, deverá abranger cerca de 5 mil ex-guerrilheiros do maior partido da oposição.
No passado dia 13 de Junho foi anunciado o encerramento da primeira base da Renamo, nas proximidades de Dondo, igualmente na província de Sofala. A conclusão do processo de DDR, tal como fez saber o Presidente da República, está prevista para Julho de 2021.
O DDR arrancou, oficialmente, a 29 de Julho de 2019, tendo permanecido em “banho-maria” quase um ano, devido, entre outros, a constrangimentos de ordem logística, com particular destaque para disponibilidade de fundos.
Entretanto, o processo vem sendo ensobrado pela falta de colaboração de Mariano Nhongo, líder da auto-denominada Junta Militar da Renamo, a quem se imputa a autoria moral e material dos ataques nas províncias de Sofala e Manica, região centro do país. Aliás, Mirko Manzoni, enviado pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas e Presidente do Grupo de Contacto, lamentou, há semanas, o facto de Mariano Nhongo não estar a colaborar no processo da busca da paz no país.
Decorrente deste facto, as Organizações da Sociedade Civil defenderam, semana finda, a necessidade da criação de uma comissão multissectorial para dialogar com Mariano Nhongo e seus correligionários. A comissão multissectorial, defendem as OSC, deve ser criada com “carácter de urgência”. (Carta)