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sexta-feira, 17 abril 2020 03:13

PR moçambicano e líder da Renamo querem celeridade no processo de paz

O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, defenderam hoje a celeridade do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros do principal partido de oposição.

 

Os dois líderes estiveram hoje reunidos em Maputo e foi "consensual a necessidade de tornar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da Renamo mais célere", indica um comunicado da Presidência da República distribuído hoje à imprensa.

 

O documento não avança detalhes sobre o estado do processo negocial, limitando-se a descrever um "ambiente de harmonia e cordialidade" que terá caracterizado o encontro.

 

O chefe de Estado moçambicano e o líder da Renamo assinaram em agosto do ano passado um acordo de paz, um entendimento que prevê o desarmamento dos guerrilheiros do principal partido de oposição.

 

Passados oito meses, ainda nenhum guerrilheiro entregou as armas, excetuando 10 oficiais da Renamo indicados para integrar o Comando-Geral da Polícia moçambicana e que concluíram instrução em novembro.

 

Em entrevista recente à Lusa, Ossufo Momade disse que o desarmamento vai abranger 5.000 guerrilheiros da Renamo, avançando que o processo iria arrancar em breve.

 

Além do processo negocial, os dois líderes debateram os ataques armados que têm sido atribuídos a dissidentes da Renamo no Centro de Moçambique, incursões que desde agosto já mataram cerca de 20 pessoas.

 

Segundo o documento, que não apresenta pormenores sobre o assunto, Filipe Nyusi e Ossufo Momade destacaram a necessidade de soluções urgentes para conter a insegurança no Centro de Moçambique.

 

Entre os temas debatidos esteve também a insegurança em Cabo Delgado, onde grupos armados têm protagonizado ataques desde outubro de 2017. Pelo menos 350 pessoas já morreram devido aos ataques, que afetaram igualmente 156.400 pessoas.

 

No final de março, as vilas de Mocímboa e Quissanga foram invadidas por um grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

 

Na ocasião, num vídeo distribuído na internet, um alegado militante 'jihadista' justificou os ataques de grupos armados no Norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.

 

Foi a primeira mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.(Lusa)

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