O Presidente do maior partido da oposição no país, a Renamo, Ossufo Momade, fez esta segunda-feira aquilo que chamou de “comunicação à nação por ocasião do fim de ano”. Passou em revista todos os aspectos que marcaram a actualidade do país no ano que hoje finda. Desde os ciclones, passando pelos ataques na região centro e norte, as Eleições Gerais e o andamento do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da força residual do partido que dirige.
Foi sobre o processo do DDR que veio um cometário impactante daquele líder da oposição: Ossufo Momade assegurou, sem meias palavras, que o processo estava a correr de acordo com o previsto. E que tudo quanto se diz sobre um eventual “atolamento” do processo não mais é senão uma redonda inverdade.
A prova de que o processo (DDR) seguia o seu curso normal assentava no facto de, tal como disse, terem sido já identificados os possíveis centros de acantonamento, tendo a comunidade internacional, que de perto assiste o processo, desempenhado um papel preponderante.
A mais alta estrutura da “perdiz” instou a todo aquele que tivesse dúvidas sobre o “andamento” a aproximar-se às instituições que foram criadas para coordenar e assistir o processo de modo a obter informações precisas.
Estes pronunciamentos eram uma resposta ao antigo Secretário-Geral do partido, Manuel Bissopo, que, recentemente, apareceu a afirmar que o processo estava em “banho-maria”, devido às desinteligências com a Junta Militar e a desconfiança que reina no seio do Estado-Maior da Renamo.
“O DDR está a correr porque já foram localizados os possíveis centros de acantonamento e a comunidade internacional, que faz parte do DDR, já localizou. Não há nada que está parado. Para dizer que se alguém tem dúvida que aproxime às instituições que foram criadas para esse fim”, garantiu Ossufo Momade.
Seguidamente, o Presidente da Renamo disse que os guerrilheiros do partido que dirige estão, neste momento, nas bases aguardando “serenamente” pelo processo de desmobilização e o respectivo enquadramento.
Entretanto, na sua mais recente digressão pelos Países Baixos, Ossufo Momade avançara que os guerrilheiros estavam nas bases aguardando por uma desmobilização “condigna”. À data, o líder da Renamo disse que os desmobilizados deviam voltar para casa com dignidade e os que forem a seguir para as Forças de Defesa e Segurança deviam ser enquadrados em todos os ramos que a corporizam sem, no entanto, descurar dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).
Importa salientar que, desde a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo a 06 de Agosto último, apenas no passado dia 03 do Dezembro que hoje finda foi conhecido um acto público relacionado com os presentes entendimentos. Dez homens provenientes do maior partido da oposição foram graduados agentes da Polícia República de Moçambique (PRM), em cerimónia tida lugar no quartel da Unidade de Intervenção Rápida, dirigida pelo Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael.
De 03 de Dezembro a esta parte não é conhecido qualquer outro acto público relacionado com a implementação do DDR. (Carta)