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sexta-feira, 01 novembro 2019 06:06

Greve de fome na B.O.: Mais de 20 reclusos não comem há 8 dias

Desde a passada sexta-feira (25 de Outubro), que pouco mais de 20 reclusos do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança, vulgo B.O., encontram-se em greve de fome. Segundo apurou "Carta", as razões remontam ao passado mês de Janeiro, quando alguns reclusos reclamaram em torno de um certo tratamento desumano protagonizado por certos quadros superiores afectos àquela unidade penitenciária.

 

Em causa, explica a fonte, estava a suposta existência, naquele estabelecimento penitenciário, de reclusos que gozam de certos privilégios, como porte de telemóveis, consumo de bebidas alcoólicas, direito a visitas íntimas nas celas, comida especial, enquanto outros amotinavam-se na mesma cela, com um tratamento desumano.

 

 

Na altura, conta a fonte, a greve durou entre três a cinco dias, tendo sido ultrapassada após intervenção de quadros superiores do sector. Já, na semana passada, alguns reclusos decidiram parar de tomar as refeições, uma situação que levou a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) a constituir uma equipa de trabalho para apurar as reais causas do sucedido.

 

Em entrevista à Rádio Moçambique (RM), na última quarta-feira (30 de Outubro), Luís Bitone, Presidente da CNDH, disse que a informação chegou até eles de fontes não oficiais. "Neste momento, estamos em contacto com as autoridades competentes para mais informações, mas, mesmo assim, já destacamos um grupo para o terreno, que vai averiguar o que está a acontecer", explicou.

 

De acordo com Bitone, o que a sua organização não podia fazer era tomar alguma posição face a situação, na medida em que é uma instituição pública e que estavam a trabalhar com factos colhidos no terreno.

 

"Se nós averiguarmos se o assunto é verdadeiro, há passos a seguir, que é procurar saber as causas. Se as causas forem ilegais, iremos pedir a responsabilização das pessoas implicadas", disse Luís Bitone.

 

No entanto, "Carta" entrou em contacto com a Direcção do Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), no intuito de ouvir a sua versão dos factos, entretanto, até ao fecho da reportagem, o porta-voz não se quis pronunciar acerca do assunto. (Omardine Omar)

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