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sexta-feira, 27 setembro 2019 05:23

Dinâmicas do sector florestal: hectares de florestas desaparecem à velocidade da luz

Foi publicado, há dias, o estudo sobre as dinâmicas do sector de florestas em Moçambique. Os resultados são simplesmente aterradores. O espaço temporal de cobertura da pesquisa parte do ano foi de ano. A redução do recurso florestal é, para já, a conclusão central do estudo. Destaca que os hectares de floresta saíram de 40 milhões em 2007 para 33 milhões em 2018.

 

Os hectares de terra produtiva, igualmente, registaram uma redução significativa. Dos 27 milhões em 2007 caíram para 17 milhões de hectares de terra produtiva em 2018.

 

Por detrás da redução da floresta produtiva estão, aponta o estudo, o desmatamento e a mudança da definição de floresta de área mínima. São apontadas como as principias causas do desmatamento, a expansão das áreas para a prática da agricultura; exploração de combustíveis lenhosos; exploração florestal e assentamentos humanos.

 

O documento que temos vindo a citar aponta que, até ao ano 2035, cerca de 2.8 milhões de hectares serão desmatados. Esta cifra corresponde à média de 155.000 hectares por ano. De acordo com a pesquisa, o material lenhoso e carvão continuam no topo da lista dos combustíveis mais usados pela população como fonte de energia. Ambos, num universo de cem por cento, absorvem 93 por cento, sendo 64 por cento material lenhoso e 29 por cento carvão. Os restantes 7 por cento pertencem aos outros.

 

O documento alude que a indústria de processamento mostra-se ineficiente e em estado obsoleto. Concretamente, destaca a pesquisa, existem no país um total de 254 Serrações e 322 carpintarias industriais.

 

A ineficiência da indústria do processamento, refere a pesquisa, resulta da fraca capacidade de gestão de empresas; elevados custos operacionais; limitada capacidade técnica e operacional; baixo nível de rendimento e do aproveitamento dos resíduos; baixa qualidade do produto final e falta de incentivos ao investimento na indústria. Entretanto, aponta como pontos positivos: a existência da indústria da madeira; do mercado doméstico e externo e de instituições de ensino.

 

E por que as pesquisas, mais do que identificarem e descreverem os problemas, apontam os desafios, neste caso aponta-se, entre outros, a necessidade de integrar as florestas nos planos de desenvolvimento do país; regular e adicionar valor ao negócio da madeira; incentivar a exploração e comercialização de espécies secundarizadas; estabelecer áreas de cobertura florestal permanente cuja conversão para outros usos de terra está sujeita a medidas de contrabalanço ambiental equivalente (ex: restaurar áreas com florestas degradadas ou ecossistemas frágeis); implementar o Plano Nacional de Ordenamento Territorial e respeitar os planos de uso de terra a partir das comunidades, para manter a actual tendência de redução do Desmatamento; Massificar o uso de técnicas de agricultura de conservação como principal alternativa para o aumento dos níveis de produção e manutenção da fertilidade dos solos. (Carta)

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