“A auditoria será realizada por uma empresa com experiência internacional na verificação de dados de identificação alfanumérica e biométrica e que já realizou auditoria ao recenseamento no Quénia, Senegal, Gana, Nigéria, Iêmen. As duas empresas internacionais que submeteram propostas técnicas e financeiras para a realização da auditoria confirmaram que é possível realizar auditoria baseando-se em métodos rápidos para identificar as impressões digitais (ou a falta deles), as formas mais óbvias de invenção de eleitores ‘fantasmas’”, defende o CIP, num comunicado enviado à nossa Redacção, no final da tarde desta quarta-feira.
De acordo com o documento, a organização que se dedica à promoção da transparência, anti-corrupção e integridade em Moçambique, solicitou, em carta enviada à CNE no dia 12 de Agosto de 2019 (segunda-feira), o acesso à base de dados completa dos eleitores inscritos naquela província, de modo a analisar a disparidade existente entre os dados da CNE e do Instituto Nacional de Estatística (INE). O INE diz ter recenseado 836.581 cidadãos em idade eleitoral, em Gaza, enquanto a CNE diz ter recenseado 1.166.011 eleitores, o que representa uma diferença de 329.430 eleitores.
“Uma investigação prévia realizada pelo CIP apurou que a grande disparidade de dados verifica-se nos distritos de Xai-Xai, Manjacaze, Chókwè, Bilene Macia e Chibuto. (…) Caso não seja esclarecida a origem desta diferença, pode levar ao descrédito não só do recenseamento eleitoral como de todo o processo eleitoral, o fim último do recenseamento”, considera a organização.
Refira-se que, para além do CIP, a Renamo também já requereu, junto da Procuradoria-Geral da República, a realização da auditoria aos resultados do recenseamento eleitoral, que teve lugar de 15 de Abril a 30 de Maio último. Recordar que as eleições realizam-se a 15 de Outubro próximo e a campanha eleitoral arranca a 31 de Agosto. (Carta)