O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reuniu-se esta quinta-feira em Maputo com o seu homólogo do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, que participa na Cimeira Empresarial África-Estados Unidos. Falando aos repórteres depois do encontro, Mnangagwa deixou claro que o principal objetivo do encontro era solicitar mais eletricidade a Moçambique. Actualmente, o Zimbabwe importa 50 megawatts da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
Mnangagwa disse que há uma escassez crítica de energia no Zimbábwe. O país sofreu uma seca severa, que reduziu o nível de água na albufeira da barragem de Kariba, reduzindo assim a capacidade da represa de gerar energia. O nível da água na albufeira de Kariba caiu para cerca de 33% da sua capacidade, colocando severas restrições à quantidade de energia que a represa pode gerar.
Mas Mnangagwa observou que a albufeira de Cahora Bassa “está cerca de 95 por cento cheio e, portanto, a geração de eletricidade não foi afetada”. Ele disse que com Nyusi discutiram como é que o Zimbabwe poderia ter acesso a mais electricidade de Cahora Bassa. Se todas as cinco turbinas em Cahora Bassa estiverem em funcionamento, a barragem pode produzir um máximo de 2.075 megawatts. Grande parte dessa energia é vendida à companhia de eletricidade sul-africana Eskom, sob um contrato de longo prazo, e à própria distribuidora de energia elétrica de Moçambique, a EDM.
A economia do Zimbábwe está certamente numa situação de desespero. Uma fonte em Harare contatada pela AIM na quinta-feira disse que os cortes de energia na capital do Zimbábwe acontecem 18 horas por dia. Não apenas Kariba é capaz de produzir energia suficiente. Também a gigantesca usina a carvão de Hwange está operando bem abaixo da capacidade. O baixo nível de água na albufeira de Kariba significa que a represa está gerando somente 358 megawatts, comparado muito mesmo do que a capacidade normal de 1.050 megawatts. Existem seis unidades em Hwange, mas apenas três estão operando. No início deste mês, havia apenas carvão suficiente em Hwange para manter a usina em funcionamento por mais 20 dias. (AIM)